As prisões do empresário José Marcos Moura, conhecido como “rei do lixo”, e de Francisquinho Nascimento (União-BA), vereador que jogou dinheiro pela janela da sua casa antes de ser preso, foram revogadas pela Justiça Federal. Ambos são investigados por suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares. Francisco é vereador eleito em Campo Formoso, na Bahia, a cerca de 400 km de Salvador.
Por que a Justiça mandou soltar o empresário e o vereador que jogou dinheiro pela janela?
A decisão é da desembargadora Daniela Maranhão, do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF1), em Brasília. Ela considerou que há outras medidas cautelares – como a proibição de contato entre os investigados e a entrega de passaportes – suficientes para garantir o andamento da investigação, sem risco de obstrução, e para impedir a continuidade dos supostos crimes investigados.
A desembargadora também afirmou que as principais provas do inquérito já teriam sido obtidas pela Polícia Federal, “de modo a diminuir consideravelmente o risco de eventual perda”.
Operação Overclean
A PF (Polícia Federal) investiga, na Operação Overclean, indícios de desvios em contratos fechados por prefeituras na Bahia, Tocantins, Amapá, Rio de Janeiro e Goiás. Os investigadores analisam o material apreendido para verificar se há políticos e agentes públicos, incluindo parlamentares federais, envolvidos nas fraudes.
Quem são Francisquinho e o ‘rei do lixo’?
Primo do deputado federal Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, o vereador Francisquinho Nascimento é suspeito de receber propina de R$ 100 mil para direcionar contratos da prefeitura de Campo Formoso. Ele foi secretário-executivo municipal.
Antes de ser preso pela PF, na semana passada, o vereador tentou se livrar do dinheiro que mantinha em casa. Ele jogou uma sacola de dinheiro pela janela. Na sacola, segundo a PF, havia R$ 220 mil. Ele declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 213 mil.
Já o empresário José Marcos Moura é apontado como um dos líderes do esquema. A PF afirma que ele tem uma ampla rede de contatos e influência política que usaria para facilitar o andamento de contratos superfaturados.