Pena aplicada pela CGU é a maior do serviço público; blog revelou que Antônio Carlos, auxiliar de Pedro Guimarães, era responsável pelo “KGB” do banco. O ex-vice presidente da Caixa Econômica Federal Antônio Carlos Ferreira de Sousa foi demitido por justa causa nesta sexta-feira (22) em decorrência de atos de por assédio sexual e moral. A pena aplicada pela Controladoria Geral da União (CGU) é a maior do serviço público, e foi definida após o ministério confirmar diversas práticas vexatórias de humilhação, constrangimento e insinuação às vítimas entre 2021 e 2022.
O blog não conseguiu contato com a defesa de Sousa até a última atualização deste post.
Antônio Carlos Ferreira de Sousa foi vice-presidente de Estratégia e Pessoas (VIEPE) e de Logística e Operações (VILOP) durante a presidência de Pedro Guimarães entre 2019 e 2022. Segundo revelado pelo blog, Soares foi um dos responsáveis por implementar uma “perseguição implacável” contra os funcionários.
Uma de suas atribuições era fazer um relatório que ficou conhecido como “dossiê KGB”. Tratava-se de uma devassa na vida pessoal do funcionário, questionando-o sobre as amizades, as suas posições políticas e as de seus amigos, além da religião. Se fosse considerado de esquerda ou amigo de alguém de esquerda, por exemplo, estava condenado à morte profissional.
A demissão acontece após a conclusão de um processo conduzido pela própria CGU, dada a complexidade do caso e a hierarquia da autoridade envolvida. A correição foi aberta a partir de diversas denúncias no canal Contato Seguro da Caixa, relatando perseguições a empregados, destituições de cargos sem justificativa e assédio sexual.
A apuração verificou o assédio moral caracterizado por tratamento desrespeitoso, humilhação, ameaça e constrangimento das vítimas.
Também foi confirmado o assédio sexual também com emprego de constrangimento e intimidação, como elogios inapropriados, insinuações e convites insistentes e impertinentes.
Antônio Carlos Soares era funcionário de carreira da Caixa desde 1989. Em 2003, foi cedido ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), onde ficou até 2018. Em 2021, foi nomeado vice-presidente de Logísitica e Operações do banco.
O caso veio à tona após o site “Metrópoles” revelar episódios de assédio sexual por parte de Pedro Guimarães entre 2021 e 2022. O blog mostrou como o então presidente transformou o assédio em modelo de gestão, com auxílio de aliados como Sousa. Em 2023, Guimarães virou réu por sete acusações de assédio sexual e oito de importunação.
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