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Antártica era atingida por incêndios florestais frequentes há 70 milhões de anos, aponta estudo conduzido por pesquisadora do RS


De acordo com a paleontóloga Joseline Manfroi, foram encontrados fósseis de plantas carbonizadas em diferentes níveis sedimentares. Realizado através da cooperação entre Brasil e Chile, o trabalho foi publicado em um periódico científico internacional. Pesquisadora do RS conduz estudo sobre incêndios florestais na Antártica
Arquivo Pessoal
Um estudo conduzido por uma paleontóloga do Rio Grande do Sul confirma que a Antártica era atingida por incêndios florestais frequentes há 70 milhões de anos. De acordo com a pesquisadora Joseline Manfroi, foram encontrados fósseis de plantas carbonizadas em diferentes níveis sedimentares.
O trabalho foi realizado através da cooperação entre Brasil e Chile e foi publicado na sexta-feira (14) em um periódico científico internacional. Conforme a pesquisadora, existem apenas outros dois estudos em todo o mundo sobre o tema.
”Apesar de, na atualidade, a Antártica ser representada por suas temperaturas negativas e possuir 98% do seu território coberto de gelo, ao longo de sua história geológica, ela já esteve com seus ambientes em chamas. E a ação do fogo nestas localidades era frequente e moldava as florestas durante o período Cretáceo, influenciando, inclusive, na evolução e na biodiversidade da vegetação nestas áreas do globo”, explica Joseline.
A pesquisadora afirma que diferentes fatores influenciam a ocorrência, frequência e intensidade dos incêndios naturais, entre eles variação de temperatura, umidade e disponibilidade de material vegetal.
”Os incêndios pretéritos podem ser evidenciados através do registro fóssil, em especial pela presença de carvão vegetal fóssil, que nada mais é do que material vegetal que passou pelo processo de carbonização [queima] e que ficou preservado no registro geológico”, resume Joseline.
Após análise dos fragmentos carbonizados resgatados, foi possível identificar o tipo de vegetação queimada e caracterizar o que provocou os incêndios florestais na Antártica durante o período.
”Ao contrário do que se possa imaginar, não eram os fluxos de lavas que consumiam a vegetação, e sim o contato da vegetação com as nuvens de cinza aquecida, que eram expelidas pelos vulcões. Essas nuvens atingiam as florestas, ocasionando o princípio dos incêndios naturais na vegetação”, comenta Joseline.
Reconstrução digital da ocorrência de incêndios na Antártica, oriundos do contato da vegetação com as nuvens de cinza aquecida
Reprodução
A autora do trabalho destaca, ainda, que ”as mudanças globais estão entre os maiores desafios para compreensão da humanidade e este tipo de estudo auxilia na construção de cenários que facilitem o entendimento da evolução dos ecossistemas terrestres ao longo do tempo”.
A pesquisa foi desenvolvida com a participação de três instituições do RS: Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Universidade do Vale do Taquari (Univates) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Pesquisadores do Museu Nacional do Rio de Janeiro, da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Antártico Chileno também contribuíram com o estudo.
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