O parlamento sul-coreano aprovou, neste sábado (14), o pedido de impeachment de Yoon Suk Yeol, então presidente da Coreia do Sul. A tentativa de estabelecer uma lei marcial, em 3 de dezembro — que deu origem a uma crise política — foi a principal justificativa do impedimento. A lei marcial foi derrubada poucas horas após ser instituída.
Dos 300 deputados da Câmara, 204 votaram a favor da destituição do presidente por insurreição, enquanto 85 votaram contra. Três se abstiveram e oito votos foram nulos, segundo os resultados anunciados pela presidência do órgão.
O presidente não se manifestou diante do resultado definido no Parlamento. Mais cedo, a KBS, emissora nacional, disse que ele estava assistindo à votação de sua residência oficial em Seul.
O que ocorre após o impeachment do presidente da Coreia do Sul
Cópias do documento sobre o impeachment serão enviados para Yoon Suk Yeol e à Corte Constitucional da Coreia do Sul. Depois disso, os poderes e deveres presidenciais de Yoon serão suspensos.
O primeiro-ministro Han Duck-soo assumirá como líder interino, segundo a Constituição sul-coreana. Uma eleição nacional para escolher seu sucessor deve ser realizada em 60 dias.
Dois ministros já deixaram o governo de Yoon desde o início da crise política. O primeiro foi o da Defesa, Kim Yong-hyun, que renunciou ao cargo na quinta-feira (5). Três dias depois, foi a vez do ministro do Interior, Lee Sang-min.
Manifestações pelo impeachment
Essa foi a segunda votação da Assembleia Nacional sobre a moção de impeachment do presidente da Coreia do Sul. No sábado (7), Yoon sobreviveu a uma votação de impeachment depois que a maioria dos legisladores do partido governante boicotou a votação no plenário.
Alguns legisladores do People Power Party anunciaram suas intenções de votar pelo impeachment de Yoon em uma segunda votação, à medida que os protestos públicos contra ele se intensificavam e seu índice de aprovação despencou.
A moção de impeachment alegou que o presidente da Coreia do Sul “cometeu uma rebelião que fere a paz na República da Coreia ao encenar uma série de tumultos”. Segundo o pedido, a mobilização de forças militares e policiais por Yoon ameaçou a Assembleia Nacional e o público, e seu decreto de lei marcial tinha como objetivo perturbar a Constituição.
A imposição da lei marcial de Yoon, a primeira do tipo em mais de quatro décadas na Coreia do Sul, durou apenas seis horas, mas causou tumulto político massivo, interrompeu atividades diplomáticas e abalou os mercados financeiros. Yoon foi forçado a suspender seu decreto após o parlamento votar unanimemente para anulá-lo.
*Com informações do Estadão Conteúdo.