Em seus mais de 30 anos de carreira, Lenine acumula trabalhos com diversos artistas renomados, mas foi em Santa Catarina que o cantor pernambucano veio a encontrar uma de suas principais parcerias na música. “Ele me disse: Qualquer uma das suas músicas eu arranjo”, relatou o cantor e compositor sobre o momento em que conheceu Luiz Gustavo Zago.
Hospedado na Grande Florianópolis para o festival Natal Encantado de Palhoça, Lenine conversou com o ND Mais antes de subir ao palco na noite deste sábado (14).
O artista se apresenta com o baterista, Pantico Rocha, e o multi-instrumentista Bruno Giorgi, às 20h30, no Passeio Pedra Branca, encerrando a programação do dia no festival, que segue até o domingo (15).
De volta a Florianópolis após um ano, Lenine fez questão de enfatizar as amizades que encontra sempre que vem à capital catarinense. “Quando eu toco na cidade, revejo os amigos”, frisou.
Ele citou sua proximidade com a banda Dazaranha, mas, em especial, narrou a história de quando, há dez anos, conheceu Zago, pianista, compositor e diretor musical, com quem trabalhou junto à Camerata Florianópolis. Desde então, a dupla viria a firmar diversas parcerias.
‘Rapaz, tu é cachorro grande’, diz Lenine
“No primeiro encontro que tivemos para ensaiar com a Camerata, eu vi que Zago tocava muito bem o piano. Eu disse: ‘rapaz, tu é cachorro grande’. Vamos fazer alguma coisa’”, contou Lenine sobre seu primeiro convite de parceria com o pianista.
O que o cantor não esperava era o vasto repertório que Zago, desde 2019 membro da Academia Catarinense de Letras e Artes, viria a demonstrar. Nas palavras de Lenine:
— “Eu tenho uma parte do meu cancioneiro que são que são canções mesmo mais de mais íntimas, mais filosóficas, digamos assim”
— “Ele falou: ‘muito boa ideia, pode tocar qualquer uma’”.
— “‘Como assim qualquer uma?’, respondi”.
— “‘Qualquer uma dessas canções que você tá falando, eu sei, Lenine. Eu conheço o seu trabalho.”
— “Disse: ‘Zago, eu quero fazer então O Que É Bonito, puxei uma lá do Olho de Peixe [álbum de 1993]. Depois parei, comecei a tocar O Silêncio das Estrelas, e ele ‘pá’, tocou.
“Ali ele me mostrou o quanto ele conhecia o que eu faço. E ele entendeu cada um dos meus projetos, cada história. E isso é importante para mim. Até nesse lugar o Zago foi, de entender as peculiaridades da minha música. A maneira como eu toco, como eu swingo. Então Zago passou a ser uma pessoa que eu tenho muita intimidade musical. E sempre que eu vou tocar com orquestras eu trago Zago comigo”, completou Lenine.