Um tigre siberiano considerado “romântico” percorreu mais de 200 km para se reencontrar com sua antiga parceira, com quem conviveu em um cativeiro. Boris e Svetlaya fizeram parte de um projeto que buscou reintroduzir a espécie em uma região entre a Rússia e a China, onde estavam ausentes há 50 anos.
Segundo informações do artigo publicado no Journal of Wildlife Management, os animais foram parte do projeto liderado pela Academia Russa de Ciências e pela Sociedade Geográfica Russa.
Os conservacionistas buscaram reintroduzir a espécie em Pri-Amur, região localizada nos arredores da fronteira entre a Rússia e a China. No estudo, foram avaliados as probabilidades de sobrevivência dos animais criados em cativeiro.
Os tigres foram criados em cativeiro desde filhotes, com o mínimo contato humano possível. Conforme cresceram, passaram a praticar suas habilidades naturais com presas vivas, até estarem prontos para serem soltos em seu habitat.
Antes de serem devolvidos para a natureza, os pesquisadores colocaram rastreadores GPS neles e os distribuíram em diferentes áreas.
Tigre percorre mais de 200 km para achar a antiga parceira
Chamado Boris, o animal acabou separado de sua parceira. O tigre percorreu mais de 200 km para encontrá-la, três anos após serem soltos em diferentes lugares.
O reencontro resultou na união dos animais, que procriaram e tiveram uma ninhada de filhotes, algo que surpreendeu os pesquisadores, que buscavam pelo aumento da espécie na região.
“Este sucesso demonstra que tigres com isolamento adequado dos humanos e com a oportunidade de aprender a caçar, podem ser soltos novamente na natureza com sucesso. Mas este processo requer grande cautela e atenção aos detalhes na preparação dos filhotes para esta jornada”, comunicou Dale Miquelle, autor principal do estudo, na WCS (Wildlife Conservation Society).
Conforme a WCS, os tigres existem atualmente em cerca de 8% de sua área histórica, com grande parte de seu habitat original perdido para o desenvolvimento humano.
Outro estudo recente de cientistas e colaboradores da WCS, liderados pelo Dr. Eric Sanderson, demonstrou que há mais de 700 mil km² de habitat “vazio” que é adequado para tigres em toda a Ásia, mas onde os tigres estão ausentes.