Fabinho Cross foi morto no dia 1º de setembro após ser agredido por funcionários e cliente da casa noturna Almanaque; três homens foram presos e dois estão foragidos. Fabinho Cross morreu após ser agredido por cinco homens na boate Almanaque em Araraquara
Reprodução/ Arquivo Pessoal
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) indiciou cinco homens pela morte do empresário Fábio Gaspar, conhecido como Fabinho Cross, na boate Almanaque de Araraquara (SP).
A Justiça decretou prisão preventiva por homicídio qualificado e dois homens estão foragidos. A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) concluiu a investigação na semana passada.
A morte do empresário de 39 anos aconteceu no dia 1º de setembro na casa noturna após ser agredido por quatro funcionários e um cliente. De acordo com o laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML), a vítima morreu por asfixia mecânica (estrangulamento).
Segundo denúncia do MP, as agressões contra Fábio tiveram motivo fútil, sem possibilidade de defesa e só cessaram após os investigados notarem que o empresário estava desmaiado.
“O crime doloso contra a vida foi praticado por motivo fútil, decorrente do comportamento agitado da vítima no interior da casa noturna, além do desagrado dos responsáveis pela boate em relação ao fato de Fábio ter voltado a frequentar o “Almanaque”. Houve o emprego de asfixia pelos denunciados, decorrente da brutal pressão empreendida contra a região cervical da vítima. O crime de homicídio foi praticado com emprego de recurso que dificultou a defesa do ofendido, haja vista a superioridade numérica e o cerco formado sobre ele, que estava desarmado, impedindo que se desvencilhasse e escapasse da ação criminosa”, disse o MP.
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Prisões
Duas prisões, de um cliente de 20 anos e um segurança de 39 anos, foram realizadas no dia 3 de dezembro pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Polícia Militar (PM) e Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise).
O terceiro suspeito envolvido na morte, um segurança 24 anos, se entregou à polícia no dia 6 de dezembro acompanhado de advogado. Ele era considerado foragido. Os três presos estão na penitenciária de Araraquara. Já o gerente e um bombeiro civil continuam foragidos.
Casa noturna Almanaque publicou nota de esclarecimento em redes sociais
Amanda Rocha/g1
A advogada da vítima, Josimara Ruiz, comentou sobre o processo e possível data do julgamento.
“Os cinco vão responder por homicídio triplamente qualificado (meio cruel, motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima). O processo agora seguirá seu curso, que é demorado, mas necessário, garantia fundamental do devido processo legal. Acho difícil o processo estar a termo de ir pra júri em 2025, o mais provável é que o julgamento pelos jurados ocorra em 2026, prevejo inúmeros recursos por parte da defesa”, comentou.
Abordagem e agressões
De acordo com trechos da denúncia do MP, a vítima se incomodou com a presença de dois seguranças o vigiando e do gerente, que questionou o seu comportamento embrigado, e quebrou uma garrafa de uísque.
Neste momento, ele foi abordado pelos seguranças com uso de força e foi levado para um ambiente interno da boate, usado para o armazenamento de bebidas e corredor de passagem para outras áreas do local.
“Neste local, o gerente aplicou um golpe conhecido como “guilhotina”, imobilizando a vítima, ao passo que dois funcionários da casa, um cliente e um bombeiro civil da casa noturna, desferiam reiterados socos, chutes e cotoveladas contra o corpo de Fábio. Em dado momento um funcionário assumiu o posto de pressionar o pescoço da vítima enquanto os demais prosseguiram nas agressões . Ao identificarem que a vítima estava desacordada, os denunciados cessaram a violência. Seu corpo foi colocado em uma maca e transportado para o hall do estabelecimento. O SAMU foi acionado e prestou os primeiros socorros ainda no local. A vítima foi encaminhada à Santa Casa de Araraquara, mas não resistiu e veio a óbito”, apontou a denúncia.
O empresário Fábio Gaspar foi morto por asfixia mecânica em casa noturna de Araraquara
Redes sociais
Imagens escondidas no telhado
A advogada disse que uma denúncia anônima levou os investigadores até as imagens de câmeras de segurança que estavam em um HD escondido em um forro no telhado do estabelecimento. O material foi localizado durante um mandado de busca e apreensão e mostra as agressões sofridas pela vítima.
“Se não fosse essa denúncia anônima não chegaríamos a essas imagens e ficaria só a versão dos funcionários”, concluiu.
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