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Entenda expedição científica que vai mapear DNA de espécies após tragédia ambiental no Rio Piracicaba


Projeto vai coletar amostras de água ao longo da bacia do Rio Piracicaba e utilizar técnica inovadora que analisa genes para mapear biodiversidade. Poluição no corpo d’água, em julho, atingiu santuário e matou 235 mil peixes. Projeto vai realizar diagnóstico ambiental do Rio Piracicaba
Divulgação
Uma expedição científica, que será realizada entre os dias 2 e 4 de dezembro, vai traçar um diagnóstico ambiental da bacia do Rio Piracicaba, no interior de São Paulo. A iniciativa é uma resposta à tragédia ambiental que atingiu um trecho de 70 quilômetros do corpo d’água, incluindo um santuário de animais, e levou à morte de 235 mil peixes, em julho deste ano.
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A inovação do projeto é a utilização da técnica de DNA ambiental, que permite identificar fragmentos genéticos de espécies aquáticas presentes na água.
O projeto “Diagnóstico Ambiental da Bacia do Rio Piracicaba” será liderado pela Associação Remo Piracicaba, com execução de empresas do setor privado, como a BluestOne Brasil, e pesquisadores especializados em recursos hídricos.
A seguir, entenda como será expedição e o diagnóstico ambiental:
Projeto tem realização da Associação Remo Piracicaba
Divulgação
Como será a expedição? 🗺️
A área de estudo será a Bacia do Rio Piracicaba, tendo como ponto inicial a sua formação no encontro das águas dos Rios Atibaia e Jaguari, no município de Americana, com término no Rio Tietê, logo após a região do Tanquã.
O percurso da área de estudo será realizado em quatro campanhas trimestrais (primavera, verão, outono e inverno), inicialmente em 25 pontos de coletas, utilizando embarcações a remo e barcos a motor.
Mapeamento vai ser realizado durante expedição
Divulgação
O que será feito? 🔎
Serão coletadas amostras de água, distribuídas entre a margem e o centro da área do corpo d’água. A expedição vai avaliar a qualidade da água e identificar os impactos dos afluentes no rio.
Esse método será usado para mapear as espécies de peixes que ainda habitam o rio, subsidiando futuras ações de repovoamento e conservação da biodiversidade.
Após essa etapa de pré-processamento, serão inseridos em um banco de dados georreferenciado e em ambiente de Sistema de Informação Geográfica (SIG). Em seguida, será realizada a validação dos dados para garantir a sua confiabilidade.
Imagens aéreas mostram milhares de peixes mortos no Tanquã após despejo irregular de usina
O que é o DNA ambiental? 🧬
A metodologia do DNA metabarcoding deverá ser aplicada para a avaliação da comunidade de peixes existentes na calha do Rio Piracicaba e em seus afluentes.
Também conhecido como DNA ambiental, ele vem sendo empregado em estudos para detecção de vertebrados, mostrando maior eficiência, sensibilidade e robustez quando comparado com métodos tradicionais, além de apresentar menor custo.
Para a identificação das espécies de peixes a partir do DNA, para cada uma das amostras, será amplificado um fragmento do gene mitocondrial. Esse gene é responsável pela produção de proteínas que geram energia para a célula e também é utilizado em estudos forenses, pois uma única célula por ter mais de 5 mil cópias dele.
APA do Tanquã, no Rio Piracicaba, que foi atingida pela tragédia ambiental
Edijan Del Santo/ EPTV
Qual são os benefícios da ação? ✅
Segundo os organizadores, ela vai permitir coletar dados técnicos que apoiarão políticas públicas e ações de conservação.
“Com a implementação de tecnologias avançadas de monitoramento, práticas de proteção ambiental e o envolvimento da sociedade, podemos prevenir possíveis tragédias ambientais e garantir um futuro sustentável tanto para o Rio Piracicaba quanto para os seus habitantes”, apontam os organizadores.
Segundo eles, o projeto conta com o apoio do Ministério Público e da Agência PCJ e terá parceria científica com o Laboratório Mérieux Nutrisciences, referência internacional em análises químicas.
Mortandade na APA do Tanquã foi a maior registrada, segundo pescadores
Jefferson Souza/ EPTV
Entenda a tragédia ambiental ⚠️
A mortandade no Rio Piracicaba chegou até a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tanquã, considerada um santuário de animais, com ao menos 735 espécies. Um especialista ouvido pela EPTV, afiliada da TV Globo, estimou que a recuperação da população de peixes leve cerca de nove anos.
O dano ambiental gerou uma multa de R$ 18 milhões à Usina São José, de Rio das Pedras (SP), apontada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) como a origem da poluição que gerou as mortes dos animais.
O Ministério Público e Polícia Civil também investigam o caso e a empresa diz que não foi comprovada a responsabilidade dela.
Uma força-tarefa foi organizada para remoção dos peixes mortos.
Milhares de peixes mortos no Rio Piracicaba
g1
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