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Pesquisadora brasileira vai à Austrália para desenvolver projeto que discute o impacto do lixo no mar e afeta pescadores


Nicole Russo Guerrato, de 27 anos, fez a maior parte do estudo em Bertioga, no litoral de São Paulo. A pesquisadora Nicole Guerrato viajou à Austrália para desenvolver projeto que discute o impacto do lixo no mar no dia a dia dos pescadores artesanais.
Arquivo Pessoal
A pesquisadora Nicole Russo Guerrato, de 27 anos, embarcou em uma viagem à Austrália para aprender novas táticas que ajudem a diminuir o impacto que o lixo no mar causa à rotina de trabalho de pescadores artesanais. A maior parte da pesquisa foi feita em Bertioga, no litoral de São Paulo, e faz parte do projeto de mestrado da jovem. “Me sinto muito honrada em estar aqui”.
A brasileira está em Queensland, na Austrália, desde o último dia 17 de março para fazer parte do mestrado em Ciências e Tecnologia do Mar pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), instituição onde ela desenvolve a atual pesquisa.
De acordo com Nicole, a ida ao país da Oceania desenvolverá a opção de aplicar a governança multinível no combate ao lixo no mar, que acaba atrapalhando a rotina de pescadores artesanais, pessoas que vivem em comunidades e pescam em pequena escala, sem visão comercial.
Pesquisadora viaja à Austrália para desenvolver projeto que discute o impacto do lixo no mar no dia a dia de pescadores
Arquivo pessoal
Esse tipo de governança multinível envolve a interação entre as esferas federal, estadual e municipal, além da participação de instituições privadas ou públicas para lidar com o problema dos resíduos no ambiente marítimo.
“Farei um paralelo entre a Austrália e o Brasil, buscando compreender como os diferentes governos lidam com a problemática do lixo no mar”, explica a pesquisadora.
Quando partiu no Brasil, em março deste ano, o estudo estava 75% concluído e, de acordo com ela, a pesquisa desenvolvida na Austrália prosseguir até setembro de 2023. O período no exterior ainda ajudará a discutir os dados coletados no Brasil ao longo dos últimos dois anos. A estudante, no entanto, finalizará o projeto em Bertioga, lugar onde tudo começou.
Início da pesquisa
Nascida em Bragança Paulista (SP), Nicole se mudou para o litoral do estado para estudar Ciências Biológicas na Universidade Estadual Paulista (Unesp). Foi durante o trabalho em uma unidade de conservação ambiental marinha, a Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Centro (APAMLC), que a jovem percebeu como o lixo no mar atrapalha o trabalho de pescadores artesanais, pessoas que vivem em comunidades e pescam em pequena escala, sem visão comercial.
“Lidava diariamente com os pescadores artesanais, muitos se queixavam da quantidade de lixo que vinha nas redes de pesca, que sobressaia à quantidade de peixes”, explica.
A partir daí, ela decidiu desenvolver um projeto sobre esse tema, o que a levou ao mestrado, sob orientação de Leandra Gonçalves. “Sai do meu trabalho para me dedicar em tempo integral ao meu projeto de pesquisa em Bertioga”, afirma.
A pesquisadora monitorou diariamente os resíduos que chegam em redes de pesca da cidade litorânea junto ao projeto Nós da Ação.
A prática, segundo Nicole, foi uma forma de diagnosticar e compreender quais os tipos e o impacto do lixo no trabalho dos pescadores artesanais de arrasto de camarões. “O intuito [do estudo] é avaliar esse impacto e analisar melhores caminhos para lidar com essa problemática”, explica.
O estudo, inclusive, conseguiu financiamento da Fundação Grupo Boticário, e uma bolsa da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Com isso, há a possibilidade de conseguir uma Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior (Bepe), que financia pesquisadores que queiram desenvolver uma pesquisa no exterior, desde que a universidade e o orientador aceitem o projeto.
Adaptação no exterior
Para realizar o sonho de desenvolver a pesquisa na Universidade de Queensland, uma das 50 melhores do mundo, a brasileira precisou se adaptar a uma diferença de fuso horário de 13 horas. “É um pouco difícil a comunicação com o Brasil e [ao mesmo tempo] participar on-line dos compromissos lá, porém faz parte. A Austrália é um país incrível, que recepciona muito bem os imigrantes de um modo geral”.
Nicole contou já ter participado de workshops, onde aprendeu sobre o sistema de governo da Austrália, o processo de formulação de políticas e como engajar e influenciar as decisões políticas. “Ter esse background será fundamental para aplicar no Brasil, na questão da gestão de lixo no mar, trazendo experiências e modelos de governança do governo australiano”.
Pesquisadora viaja à Austrália para desenvolver projeto que discute o impacto do lixo no mar no dia a dia dos pescadores artesanais no litoral de SP.
Arquivo Pessoal

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