Durante entrevista ao Jornal do Acre 1ª Edição, Pedro Pascoal também explicou atuação conjunta entre estado e prefeitura no enfrentamento a doenças. Secretário de Saúde Pedro Pascoal fala sobre registros de leptospirose e dengue no Acre
Atenção com dores no corpo, atrás dos olhos e em articulações, além de sangramentos. Esse é o alerta do secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, durante entrevista ao Jornal do Acre 1ª Edição com a apresentadora Quésia Melo nesta terça-feira (18). O secretário ressaltou que doenças como dengue, leptospirose e outras têm sintomas semelhantes, e é preciso que a população fique atenta aos sinais para buscar atendimento médico.
“Os sintomas da leptospirose se parecem com os da dengue, que parecem com os da malária, e aí entram outros. O que fica de alerta pra gente? Diarreia, vômito, dor de cabeça, dores nas articulações, dores atrás dos olhos, e os sinais de alerta são dores abdominais, sangue nas fezes, nas gengivas, e outros sangramentos que possam vir a aparecer”, explicou.
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Em meio ao aumento de casos de leptospirose, o secretário voltou a ressaltar o convênio entre estado e Prefeitura, para que médicos da rede estadual atuem em unidades de saúde municipal em horário estendido. Até a última quinta-feira (13), já eram 39 casos confirmados da doença no Acre.
A parceria entre saúde estadual e municipal funciona nas Uraps Maria Barroso, Cláudia Vitorino e Roney Meireles até as 22h, com previsão de aumento no número de unidades abrangidas pela ação. Pascoal também pediu que a população procure Uraps e Upas para atendimentos com sintomas de doenças como dengue e leptospirose, para evitar sobrecarga no Pronto-Socorro da capital.
“O atendimento lá funciona com livre demanda, não precisa chegar de madrugada pra pegar ficha. Apareceram os sintomas relacionados à leptospirose, febre, dor de cabeça, diarreia, dores nas articulações, voltados para panturrilha, que procurem os atendimentos nas Uraps. nós tivemos, por falta talvez de entendimento da população, um aumento de aproximadamente 70 a 80% nos atendimentos nas nossas upas. É cultural da nossa população procurar atendimento nas nossas Upas ao sentir febre, dor de cabeça, vômito e diarreia. Como estratégia de reforço à rede, nós deixamos as Uraps funcionando até as 22 horas. Esses sintomas, e outros, como os respiratórios, estamos no período sazonal, a gente pede que procure as Uraps, e deixe o Pronto-Socorro para outras situações, como acidentes perfurocortantes”, destacou.
Para o secretário, a integração entre profissionais do estado e unidades municipais também deve auxiliar a distribuir de melhor forma os atendimentos entre Uraps e Upas. Segundo ele, a média de fichas emitidas para atendimentos em Upas costuma ser de 300, e nos últimos dias subiu para 500. Enquanto isso, ainda segundo Pascoal, nas Uraps essa média tem sido de 30 fichas, o que demonstra que há espaço para que o público também receba atendimentos nessas unidades.
Hospital de Xapuri
Sobre o Hospital de Xapuri, no interior do Acre, que foi atingido pela cheia do Rio Acre no município, o secretário afirmou que há um planejamento para a construção de uma nova unidade. Segundo Pascoal, um terreno já foi cedido, e agora a Saúde estadual busca emendas parlamentares para viabilizar o projeto.
“Já é a terceira cheia que o hospital é acometido. Seguindo as orientações da Defesa Civil, desocupamos o hospital, usamos um ponto estratégico como o núcleo da Ufac, e hoje nossa diretoria de planejamento se encontra em Brasília conversando com nossos parlamentares para que consigamos seguir com o projeto de construção de um novo hospital em Xapuri. O terreno já foi cedido, em frente ao aeródromo, e agora o planejamento está seguindo para que consigamos construir um novo hospital. A estrutura é antiga, é tombada como patrimônio. Ele foi inaugurado em 1967, e eu acho que no município de Xapuri cabe um novo hospital”, afirmou.
Fiscalização do uso de máscaras
Pascoal também respondeu sobre uma recomendação do Ministério Público do Acre (MP-AC), para que secretarias Estadual e Municipal de Saúde façam a fiscalização do uso de máscaras em hospitais e unidades de saúde para evitar o contágio por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Na recomendação, assinada pela promotora Patrícia Paula dos Santos, titular da 2ª Promotoria Especializada de Defesa da Saúde, o MP-AC também trata sobre o fluxo de atendimento de crianças com SRAG, que deve ser feito, inicialmente, nas unidades da atenção primária.
“A Covid-19 ainda está presente, está controlada, mas temos outros vírus que circulam no nosso estado nesse período sazonal. Então, o nosso apelo nesse período de aglomeração, como os abrigos, que mantenham todas as recomendações que usávamos lá na Covid. Uso de mascara, lavagem das mãos, evitar tossir, espirrar, próximo dos aglomerados, e procurar também as Upas. Já as crianças que apresentem quadros respiratórios, [procurem] o Pronto-Socorro. Nesses casos, sim, o Pronto-Socorro deve ser procurado”, concluiu.
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