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Real volta a se valorizar frente ao dólar, que terminou a semana valendo menos de R$ 5


Em um ranking com 118 moedas, o real está entre as que mais subiram e cada vez mais distante das que mais perderam valor. Do começo do ano até agora, a real tem valorização de mais de 5%, em relação ao dólar
A suspensão do teto da dívida dos Estados Unidos foi um dos motivos do bom humor de investidores no mercado financeiro internacional que teve reflexos também no Brasil. O principal índice da Bolsa de Valores brasileira subiu 1,8%. E o real voltou a se valorizar frente à moeda americana. O dólar comercial terminou a semana valendo menos de R$ 5.
Nas entrelinhas dos gráficos das moedas dos países é possível ler o nível de confiança das economias. A do Brasil está em alta.
Do começo de 2023 até agora, a moeda brasileira teve valorização de mais de 4%. Em um ranking com 118 moedas, o real está entre as que mais subiram – atrás de países como Sri Lanka, Iraque, Costa Rica e México – e cada vez mais distante das moedas que mais perderam valor: as da Argentina, Sudão do Sul e Venezuela.
Em um ranking com 118 moedas, o real está entre as que mais subiram
Jornal Nacional/ Reprodução
O mercado de câmbio funciona mais ou menos como o trânsito. É a direção do fluxo que determina a trajetória das moedas. E o número de investidores que parte do dólar para o real tem sido maior do que a mão contrária – daqueles que trocam a moeda brasileira pela americana. Isso deixa o real mais forte. Mas é uma via de duas mãos. Então, esse fluxo intenso de investidores vindo para cá é explicado por alguns fatores dos Estados Unidos e outros do Brasil.
O economista Alex Agostini lembra dos problemas da economia americana.
“Não só a moeda brasileira, outras moedas também têm se valorizado frente ao dólar. Isso porque, nos Estados Unidos, tem uma dúvida muito grande do futuro da economia americana. Aí, as moedas como o real têm se valorizado, tem se fortalecido. Naturalmente, tudo isso pode trazer benefício para o Brasil”, explica o economista chefe da Austin Rating.
O professor Marcelo Kfoury, economista da FGV EESP, cita o outro lado da moeda.
“Com a aprovação do arcabouço fiscal, diminuiu um pouco o medo da dívida sair fora de controle, da dívida pública. Então, a gente vê que os indicadores de risco caíram nas últimas semanas. Isso dá mais segurança para os gringos entrarem com dinheiro aqui no Brasil para aproveitar esses juros mais altos que a gente tem aqui, de 13,75%”, afirma.
Um real mais forte aumenta o poder de compra do brasileiro. Mas não ainda nas “cotações” dos mercados. A queda do dólar, que enfraquece a inflação, ainda não aparece nas telas do varejo.
“A gente , geralmente, fala que quando é para subir, sobe de elevador e, para descer, desce de escada. A coisa é mais lenta”, diz Agostini.
“O que é mais resistente a cair, que não tem a ver com o câmbio, são os preços de serviço. Então, se o real fica mais forte, fica mais barato importar trigo, importar mesmo uma parte da gasolina que a gente importa. Então, esses preços cotados internacionalmente vão ficar mais baratos em reais. Isso favorece a inflação cair”, explica Kfoury.

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