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Temperatura média do planeta ultrapassa patamar nunca registrado antes


A quentura em 2024 causou chuvas intensas, secas prolongadas e, segundo a agência europeia, levou miséria a milhões de pessoas. Mundo ultrapassa limite crítico do aquecimento global pela 1ª vez
O ano de 2024 representou um marco perigoso para o clima do planeta. A temperatura média chegou a um patamar que os cientistas nunca tinham registrado.
Um grau e meio mais quente. Falando assim parece pouco, mas uma cientista comparou com a febre. A de 37,5ºC é uma coisa. A de 39ºC, completamente diferente. O planeta ardeu em 2024 1,5ºC a mais do que antes da Revolução Industrial. E nem dá para dizer que é febre porque não passa. Os dados são de seis instituições, como a Organização Meteorológica Mundial, a Nasa e as agências climáticas da Europa e do Japão.
Nesse ritmo, se esse aumento se mantiver nos próximos anos, vai ser o fracasso de uma meta firmada e celebrada dez anos atrás. Em 2015, o histórico Acordo de Paris limitou, no papel, o aquecimento do planeta a exatamente 1,5ºC em relação ao período pré-industrial. Para essa meta fracassar de vez, o mundo precisa ultrapassar o patamar por décadas. A questão é que essa realidade agora já não parece tão distante.
Os cientistas do instituto europeu monitoram indicadores climáticos diários, mensais e anuais. Em 2024, todos bateram níveis sem precedentes. A agência destacou que, ao longo de 2024, a principal causa das temperaturas extremas do ar e da superfície dos oceanos continuou sendo a ação do homem, ainda que fatores naturais tenham interferido, como o fenômeno El Niño em alguns países.
O Julien Nicolas é cientista-sênior da Agência Climática Europeia. Ele disse ao Jornal Nacional que os recordes anunciados nesta sexta-feira (10) representam consequências catastróficas e irreversíveis – que nenhuma parte do mundo está sendo poupada.
A quentura em 2024 causou chuvas intensas, secas prolongadas e, segundo a agência europeia, levou miséria a milhões de pessoas.
“Foi o ano mais quente do registro histórico desde 1850. Mas, na verdade, estudos arqueológicos mostram que essa temperatura mais alta que o planeta atingiu em 2023/2024 desde o último período interglacial. Nós temos que ir 125 mil anos atrás”, diz Carlos Nobre, professor de Clima e Sustentabilidade/ IEA-USP.
O professor Carlos Nobre disse que o relatório desta sexta-feira (10) joga ainda mais responsabilidade para a COP 30, a Conferência do Clima da ONU, que em 2025 vai ser no Brasil, em Belém do Pará. Também é um sinal de que os países precisam acelerar a transição para uma economia com menos emissões de gases do efeito estufa. Senão, é isso que vai acontecer.
“Chegaremos a 2,5ºC ou mais em 2050. Isso é um suicídio ecológico para o planeta. Nós chamamos ecocídio”, afirma Carlos Nobre.
Mundo ultrapassa limite crítico do aquecimento global pela 1ª vez
Reprodução/TV Globo
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