Celebrações e monumentos foram feitos relembraram vítimas do massacre, quando 19 trabalhadores rurais foram mortos em confronto com policias militares. Ato no Pará marca 27 anos do Massacre de Eldorados dos Carajás
Comissão Arns/Divulgação
Um ato realizado nesta segunda-feira (17) marcar os 27 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 trabalhadores rurais que protestavam foram mortos por policiais militares.
Uma celebração ecumênica foi realizada relembrando as vítimas. Fotos e monumentos com fitas vermelhas e cruzes foram colocadas na área conhecida como Curva do S, na PA-150, local onde os trabalhadores foram mortos.
Centenas de pessoas, incluindo agricultores, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), organizações não governamentais, Pastoral da Terra e a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos D. Paulo Evaristo Arns, além de outros movimentos sociais, participam do chamado de “político, inter-religioso e cultural”. Na área um acampamento foi montado e já no domingo ocorreram ações.
Centenas de pessoas participaram de ato que lembra os 27 anos do massacre de Eldorado dos Carajás
Comissão Arns/Divulgação
“‘ Anualmente, jovens ativistas acampam durante uma semana no local onde 21 trabalhadores rurais foram assassinados por policiais militares em 1996 para lembrar os mortos e exigir resposta para o crime, que até hoje não foi completamente solucionado”, informou a Comissão Arns, que participa do ato.
Segundo o MDT, o dia 17 de abril ficou marcado pelo massacre e por isso é considerado o dia de luta pela reforma agrária. Mesmo após quase 30 anos do massacre, o Pará é líder em conflitos no campo, segundo um relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgado em 2022.
Relembre o caso
Em 17 de abril de 1996, um grupo com cerca de 300 trabalhadores fez um protesto na PA-150 e impediu a passagem de veículos. O principal motivo da manifestação era a demora do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em desapropriar a Fazenda Macaxeira, de 40 mil hectares.
Policiais tentaram retirar os manifestantes com bombas de efeito moral e alguns manifestantes teriam reagido atirando pedras e pedaços de pau. A polícia reagiu com disparos de metralhadora.
No final do conflito, havia 19 trabalhadores mortos e dezenas de outros feridos. Os policiais autores do massacre retiraram os corpos do local e destruíram provas para dificultar as investigações, segundo o Ministério Público.
Os dois comandantes da operação foram julgados e punidos. A sentença do Coronel Pantoja, foi de 208 anos de prisão. Ele morreu em 2020. O Major Oliveira cumpre pena em regime domiciliar, mas foi condenado a 158 anos de prisão.
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