Serpentário reúne diferentes espécies de cobras e é uma das atrações do Museu da Amazônia, jardim botânico que ocupa cerca de 100 hectares da reserva florestal Adolpho Ducke, em Manaus. Serpente cascavel, uma das mais venenosas da Amazônia pode ser vista no Musa
Patrick Marques, g1 AM
Duas das espécies de serpentes mais venenosas que habitam na região amazônica podem ser vistas no Museu da Amazônia (Musa), jardim botânico que ocupa cerca de 100 hectares da reserva florestal Adolpho Ducke, em Manaus. O serpentário reúne diferentes espécies, como a jararaca e a cascavel.
Ao total, o serpentário do Musa reúne oito espécies de cobras que podem ser vistas pelos visitantes. Segundo a bióloga e responsável pelo serpentário, Ana Lobo, elas são divididas em serpentes peçonhentas – que possuem veneno – e não peçonhentas – que não possuem veneno.
As cobras que possuem veneno que podem ser vistas no local pelos visitantes são a jararaca, que pode ser encontrada em todo o país, e também a cascavel que, na Amazônia, pode ser encontrada em Roraima e nas redondezas do estado.
“O intuito da criação do serpentário é de promover pesquisa dentro da reserva e, ao mesmo tempo, educação ambiental. No local, onde junta pesquisadores que estudam os venenos que esses animais tem, que tem uma potência gigantesca de estudos e um local onde as pessoas do entorno conseguem visitar e conhecer a importância que eles têm para o meio ambiente”, explicou.
Jararaca
Serpente jararaca também é uma das espécies que podem ser vistas de perto no Musa
Segundo a pesquisadora, uma das serpentes que podem ser vistas no serpentário do Musa é a jararaca. Lobo afirmou que a cobra é venenosa e que mais de 90% dos casos de pessoas feridas por cobras em todo o país são feitos por ela.
A jararaca pode ser encontrada em todos os estados do país e pode ser encontrada principalmente em áreas urbanas, pois costuma se alimentar de ratos. Eles também possuem uma camuflagem específica e característica.
“É um animal que se camufla muito bem aqui na região entre as folhas. Geralmente, esses acidentes acontecem em períodos chuvosos que acabam procurando lugares secos para se abrigar e também períodos de chuva, onde os lixos se acumulam e atraem pragas, que são presas desse bicho”, contou a bióloga.
Cascavel
Serpente cascavel, uma das mais venenosas da Amazônia pode ser vista no Musa
A cascavel é uma das espécies mais características entre as serpentes por possuir um chocalho na ponta de seu corpo. Com isso, os seres humanos conseguem identificar o animal na floresta através do barulho que ele faz.
“Aqui na Amazônia, a gente vai encontrar esse bicho em Roraima. A espécie que a gente tem aqui é específica de lá, onde chamamos de ‘Savana Amazônica’, onde o ambiente é mais seco e desértico. Aqui, o ambiente é mais úmido, o que impede desse animal viver aqui”, explicou.
Como prevenir acidentes
Bióloga do Musa fala sobre cuidados com serpentes ao andar na mata na Amazônia
Por representarem a grande quantidade de acidentes de ataques dos animais em humanos, a bióloga explicou ainda que a população deve tomar cuidado ao entrar em ambientes de mata, para que não entrem em contato com os animais e corram os riscos.
“A gente sempre fala que se você for entrar em uma área de mata, de floresta, que utilize sapato fechado. O animal tem um sensor térmico que permite que ele sinta nossa temperatura muito próxima a ele. Se a gente usa um calçado, fica mais fácil que o acidente ocorra na região dos nossos pés”, disse a bióloga.
Apesar dos ataques, Lobo informou que as cobras não atacam os seres humanos. Na verdade, elas apenas reagem caso alguém chegue muito perto delas e elas se sintam ameaçadas pela ação humana.
“Então, esses animais têm um sistema de defesa muito interessante porque eles não entram em conflito com algo que não conseguem comer. Até mesmo o veneno que elas produzem, elas gastam muita energia. Então, não é muito vantajoso para elas desperdiçar em todo mundo que passa na trilha. Ao encontrar uma serpente em meio natural, mantenha a distância. Esse animal sempre vai preferir fugir do que entrar em conflito com você”, contou a pesquisadora.
Outra recomendação feita por Lobo é que, caso uma pessoa encontre uma serpente, que ela não tente mexer no animal. Sem uma técnica correta para movimentar as cobras, a pessoa pode ser picada por ela.
“A nossa orientação é que, ao encontrar uma serpente, ligue para os órgãos ambientais para que eles possam fazer esse resgate de uma forma segura e evite entrar em matas sem a utilização de galochas ou sapatos fechados”, afirmou.
Museu da Amazônia
O Musa, ou Museu da Amazônia, é um jardim botânico que ocupa cerca de 100 hectares da reserva florestal Adolpho Ducke, em Manaus (Avenida Margarita, 6305, Cidade de Deus).
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O Musa proporciona aos visitantes uma verdadeira imersão na natureza, com trilhas ecológicas que levam a exposições, laboratórios experimentais de serpentes, insetos e borboletas, e até uma torre de observação da floresta de 42 metros.
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