O menino de três anos que foi agredido pelo padrasto em Videira, no Meio-Oeste de Santa Catarina, segue internado na UTI quatro dias após a agressão. As informações são do delegado Édipo Flamia Helt, responsável pela DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso) de Videira.
A criança segue internada em hospital de Joaçaba após agressões – Foto: Google Street View/Reprodução
Além dele, a irmã de cinco anos também sofreu agressões. A mãe e o padrasto foram presos em flagrante na noite de domingo (19) e continuam detidos preventivamente após decisão judicial.
Menino de três anos segue internado
Quanto ao estado de saúde das vítimas, a menina de cinco anos já recebeu alta médica, enquanto o menino de três anos deve ter alta nos próximos dias.
Para esclarecer a gravidade das lesões, a Polícia Civil solicitou um exame pericial indireto. “Queremos entender bem o grau, a extensão e o local das lesões”, afirmou o delegado.
Guarda das crianças
Sobre o futuro das crianças, Édipo explicou que a questão é de natureza civil e familiar, sendo responsabilidade do pai biológico mover a ação judicial para requerer a guarda.
“A Polícia Civil está finalizando o inquérito policial, e o Ministério Público já deve oferecer denúncia contra os autores do crime”, informou o delegado. “Ainda falta ouvir uma testemunha importante para concluir o procedimento.”
É de responsabilidade do pai biológico mover a ação judicial para requerer a guarda – Foto: Reprodução/Redes sociais
Como o caso aconteceu
O casal foi preso após vizinhos acionarem a polícia para conter as agressões. Quando a Polícia Militar chegou ao local, as crianças já estavam na casa de vizinhos.
Pessoas da comunidade tentaram agredir o homem e a mulher antes de os dois serem levados à delegacia.
As duas crianças foram encaminhadas para atendimento médico: a menina, de cinco anos, recebeu alta no dia seguinte. Já o menino, de três, segue internado na UTI do Hospital Universitário Santa Terezinha, em Joaçaba, após ser agredido, principalmente, na região da cabeça.
Em nota, o hospital informou que a criança está “sob os cuidados intensivos e acompanhamento integral de sua condição clínica. O pai biológico está presente e acompanha a criança em período integral, assegurando suporte emocional e familiar neste momento delicado”.
Vizinhos informaram que mãe pediu socorro
O delegado Édipo Flamia Helt, da DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso) de Videira, conta que vizinhos relataram ter ouvidos gritos de socorro da mulher durante uma discussão com o companheiro.
“A mãe chegou em casa e teve uma discussão com o companheiro, que começou a quebrar objetos e móveis da residência. Em determinado momento, a mãe gritou por socorro: ‘socorro, ele vai matar meu filho’”, diz o delegado com base no relato dos vizinhos.
Foram eles, inclusive, que arrombaram a porta e retiraram as crianças, acionando a polícia. O delegado solicitou laudos periciais do local, exames de corpo de delito e os prontuários médicos das crianças. Não há, segundo ele, histórico de agressões denunciadas à polícia na família.
“As informações colhidas indicam que o padrasto foi o autor das agressões e a mãe teria se omitido. Uma omissão penal relevante”, destaca o delegado. Em interrogatório, o homem atribui às agressões à companheira, enquanto ela permaneceu em silêncio.
O pai das crianças, que mora em Navegantes, divide a guarda com a ex-companheira e está em Joaçaba para acompanhar o filho no hospital.
