• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

Mulheres superam dificuldades de saúde e conquistam vagas em cursos de graduação na UEL


Aprovada em Letras, Ivonete vai se aventurar na segunda graduação aos 61 anos, enquanto Marya Eduarda, de 19, diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal (AME), realizou o sonho de cursar administração. Aprovados no vestibular da UEL 2025 reúne histórias inspiradoras
Nem a idade, nem as limitações de saúde, foram empecilhos para duas mulheres realizarem o sonho de entrar na universidade. Ivonete Santos de Souza, de 61 anos, e Marya Eduarda de Freitas Tiviroli, de 19, foram aprovadas no vestibular 2025 da Universidade Estadual de Londrina. O resultado foi divulgado na última sexta-feira (10).
✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
A londrinense Marya Eduarda de Freitas Tiviroli, de 19 anos, foi diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal (AME) aos 10 meses de idade. Ela precisou fazer uma cirurgia na coluna um mês antes do vestibular. Mesmo com dores do período pós-cirúrgico, ela fez a prova e o bom resultado veio: aprovada no curso de administração.
“Ela falou para os médicos: ‘Eu vou ter tempo pra fazer a prova da UEL, né?’ Eles até riram. Mesmo com dor depois da cirurgia, ela não desistiu e mesmo assim foi fazer a prova. Se ela perdesse essa prova, ela ficava doente, pois era o sonho dela fazer ADM”, contou a mãe Roseli de Freitas.
A família de Duda fez questão de registrar o momento. Em um vídeo, é possível ver a alegria da jovem ao conferir o nome dela na lista de aprovados publicada em um jornal. Assista acima.
A AME é uma doença degenerativa que enfraquece os músculos, causando dificuldades em atividades básicas, como andar sem depender de cadeiras de rodas. Por isso, Duda vai precisar de suporte e um apoio especializado para seu bem-estar durante o curso.
Duda fez a prova depois de passar por uma cirurgia na coluna
RPC
Em nota, a UEL disse que conta com uma estrutura específica e uma equipe multiprofissional para o suporte dos alunos por meio do núcleo de acessibilidade.
“A necessidade e suporte é avaliada logo no ingresso e disponibilizada conforme indicação do próprio estudante. O apoio começa com uma avaliação detalhada das necessidades do alunos, feita por uma pedagoga e uma psicóloga. Depois dessa avaliação, são organizados os protocolos que definem esse suporte e quais profissionais serão incluídos no atendimento educacional”, explicou a universidade.
A UEL ainda informou que em 2024 foram contratados seis profissionais de apoio, supervisionados por uma enfermeira, para auxiliar os estudantes com deficiência. Eles oferecem suporte para alimentação, higiene e mobilidade durante as atividades de ensino.
A universidade ainda contou que contratou serviços de apoio pedagógico e emocional aos estudantes com deficiência, que pode ser solicitado mediante agendamento, e dispõe de dois tradutores, intérpretes de libras e ledores para avaliação de estudantes.
LEIA TAMBÉM:
Vídeo: Pessoas arrombam caminhão tombado e ‘abraçam’ pedaços de carne enquanto saqueiam carga
Investigação: Polícia trata caso de irmãos que morreram após confundirem veneno com suco como ‘mortes acidentais’
Susto: Moradores veem ‘corpo’ boiando em lago e bombeiros descobrem ser peixe preso em calça
Inspiração
Quem também não desistiu foi a Ivonete, moradora de Cambé, no norte do Paraná. Ela não se intimidou pela idade e foi em busca do segundo curso de graduação. Ela terminou o curso de pedagogia no primeiro semestre de 2024 e decidiu continuar com os estudos. A partir de março vai iniciar o curso de letras.
O sonho da universidade foi conquistado depois de muito esforço ao longo da vida, trabalhando como empregada doméstica e técnica de enfermagem. Nos últimos anos ela também conseguiu alcançar mais um objetivo, o de se tornar professora, e passou a dar aulas na rede municipal de ensino.
Por isso, desacelerar não é uma opção para a Ivonete que ainda guarda muitos sonhos no coração. Dedicada, ela tem até um cantinho reservado em casa para a rotina de estudos e trabalho.
Ivonete organizou um cantinho de estudos em casa
RPC
“Eu sempre fui muito inquieta. Eu falo que eu sempre fui uma pessoa inconformada com a situações. E eu sou uma pessoa saudável, então aposentar e parar não faz parte dos meus planos agora”, contou.
Ivonete até fez questão de participar da festa dos calouros que aconteceu em frente ao Teatro Ouro Verde, em Londrina, no norte do Paraná.
“Nos anos 80, quando era a minha época de estudar, não era como é hoje, não tinha essas oportunidades. Então não deu para fazer o que eu queria. Por isso eu aconselho, não desista, qualquer que seja o seu sonho, caminhe! Se for pra ser seu, vai ser”, afirmou.
Ivonete comemorou a aprovação na festa do calouros em frente ao Teatro Ouro Verde, em Londrina
Arquivo pessoal
VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná
Veja mais notícias em g1 Norte e Noroeste.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.