A ex-ginasta Agnes Keleti, considerada a medalhista olímpica mais velha, morreu aos 103 anos por conta de um quadro grave de pneumonia na madrugada desta quinta-feira (2), em Budapeste, na Húngria. Ela estava hospitalizada desde o Natal.
Apaixonada pela ginástica, Agnes teve uma carreira vitoriosa com mais de 10 medalhas olímpicas.
Em 2021, em entrevista ao canal ‘Olympics’, perfil oficial da comissão organizadora das Olímpiadas, ela explicou o segredo para ultrapassar os 1oo anos de idade: “você deve olhar a vida e sempre ver o lado bom das coisas”, disse.
Da sobrevivência no Holocausto ao apogeu olímpico
Nascida em 1921, em Budapeste, e de família judaica, a ex-campeã mundial teve que viver com o antissemitismo em boa parte da trajetória pessoal e profissional.
Em 1941, a ex-atleta foi expulsa da equipe de ginástica húngara por conta da ascendência judaica e chegou a se esconder por conta das perseguições nazistas da época.
Com a paralisação dos jogos olímpicos em 1940 e 1944, ela trabalhou como empregada doméstica. Além de, junto da família, ter que assumir identidades falsas e se manter à margem da sociedade.
Apesar das estratégias para fugir do governo nazista, Agnes acabou perdendo o pai e outros parentes na década de 40, que foram capturados e mortos no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia.
Foi logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, que ela retornou à ginástica e foi campeã olímpica nas edições de Helsinque (1952), e Melbourne (1956). Na primeira, ela conquistou quatro medalhas e, na segunda, seis medalhas, sendo quatro delas de ouro.
Medalhista olímpica mais velha da história
Antes de se tornar a medalhista olímpica mais velha da história, Agnes havia sido coroada em Melbourne, 1956, como a mulher mais velha a conquistar o ouro nas Olímpiadas.
Foi apenas em 2015, quando morava em Budapeste, que ganhou o título de campeã olímpica viva mais velha, após a morte da esquiadora Lydia Wideman em 13 de abril de 2019.