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Tarifa de ônibus na capital deve subir para, no mínimo, R$ 5 em 2025, diz SPTrans


Prefeitura de São Paulo trabalha com a possibilidade de elevar o valor do transporte para até R$ 5,20 no próximo ano. Segundo o prefeito, diversos fatores impactam na tarifa, um deles sendo o dólar. Tarifa de ônibus na cidade de São Paulo
EDI SOUSA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A Prefeitura de São Paulo estuda aumentar a tarifa de ônibus para, no mínimo, R$ 5, a partir de janeiro de 2025. O valor foi apresentado pela SPTrans – a empresa de transporte do município – durante a reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), realizada nesta quinta-feira (26).
A tarifa na cidade está congelada em R$ 4,40 desde janeiro de 2020, último ano que houve reajuste, ainda na gestão do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB).
Segundo a SPTrans, o governo municipal trabalha com as seguintes possibilidades:
Reajuste mínimo: aumento de 13,6% ➡ passagem a R$ 5,00
Reajuste máximo: aumento de 18,2% ➡ passagem a R$ 5,20
Em ambos os casos, o aumento ficaria abaixo da inflação acumulada desde o último reajuste, que foi de 32,77% em São Paulo, de acordo com o IBGE. Se o reajuste fosse realizado com base nesse índice, a passagem iria para R$ 5,84.
Em entrevista cedida à GloboNews no dia 18 de dezembro, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) explicou que o valor da tarifa é impactado por uma série de fatores, como preço do diesel, dissídio de funcionários, estimativa de inflação e alta do dólar.
Ao longo de sua campanha nas eleições de 2024, Nunes não confirmou ou negou os planos de reajuste para o próximo ano. Ele seguiu o discurso de que tinha a intenção de manter o valor congelado, mas não poderia ser irresponsável com as contas do governo.
Neste ano, o sistema municipal de transporte custou R$ 11,4 bilhões, enquanto sua receita atingiu R$ 11,3 bilhões. Mais da metade do valor arrecadado foi proveniente de subsídios da prefeitura, a chamada “compensação tarifária”, que chegou a R$ 6,7 bilhões.
Evolução dos custos e receitas do transporte público municipal de São Paulo
Reprodução/SPTrans
De acordo com a SPTrans, a cada R$ 0,10 de reajuste, a receita tarifária do transporte aumentaria R$ 106 milhões por ano.
Na reunião do CMTT, os conselheiros e representantes da sociedade civil se colocaram contra o aumento. Eles questionaram a SPTrans sobre a qualidade do transporte ofertado, o tamanho da frota em circulação e até sobre os dados referentes à arrecadação de tarifa, uma vez que o Ministério Público investiga uma fraude no sistema do bilhete único, gerido pela empresa.
Passageiros embarcam em ônibus em ponto lotado na Luz, no Centro de São Paulo.
Fernando Frazão/Agência Brasil
Desde a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), os reajustes da tarifa dos ônibus municipais e do Metrô eram feitos em parceria com o governo de São Paulo, equiparando o valor da tarifa do sistema municipal com os transportes estaduais (Metrô, CPTM e trens metropolitanos privatizados), em razão do bilhete único conjunto entre todos os modais.
Contudo, em 2023, véspera de ano eleitoral, Nunes optou por manter os R$ 4,40 da tarifa congelada pelo quarto ano seguido, mesmo com o aumento para R$ 5,00 promovido pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nos outros modais que atendem a cidade.
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