A cada 58 horas uma morte foi registrada por acidente aéreo no Brasil. O levantamento foi realizado pelo portal R7 e fez uma estimativa se as fatalidades fossem avaliadas de forma isolada. Os números foram obtidos a partir de registros da FAB (Força Aérea Brasileira) e do acidente com uma aeronave em Gramado, no Rio Grande do Sul, neste domingo (22).
A projeção é de ao menos 148 mortes ligadas a tragédias aéreas no ano. O monitoramento não computou as dez mortes provenientes do acidente da serra gaúcha. O voo saiu às 9h12, do aeroporto de Canela, com destino a Jundiaí, em São Paulo, e caiu minutos depois. As causas ainda são investigadas.
Até dia 17 de dezembro, 138 pessoas morreram em acidentes aéreos
Em um monitoramento feito pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), outras 138 mortes foram registradas até 17 de dezembro. O número mostra um aumento considerável em relação a períodos anteriores.
No ano passado, por exemplo, foram 77 mortes por acidentes aéreos. O número em 2022 é ainda menor, com 49 mortes. O segundo ano com mais registros de mortes foi 2017, com 104 mortes em desastres aéreos.
O Cenipa estima que o país registrou 166 acidentes até o dia 17 de dezembro, sendo 40 fatais. Em 2024, o fator que mais contribuiu para o alto número de mortes foi o acidente aéreo na queda do avião da Voepass, em agosto. A aeronave caiu em Vinhedo (SP) com 58 passageiros e quatro tripulantes.
Essa foi a primeira vez em 17 anos que um avião comercial caiu no Brasil. O relatório final da investigação ainda não foi apresentado. Informações preliminares constam que a tripulação citou uma possível falha no sistema de degelo da aeronave pouco antes da queda. Contudo, os investigadores não conseguiram determinar, ainda, se realmente houve algum problema.
Histórico de acidente aéreo
O maior acidente aéreo em voo comercial ocorrido no Brasil foi o da Tam (hoje Latam), em 2007. O Airbus A320-233 saiu do Aeroporto Internacional de Porto Alegre com destino ao Aeroporto de Congonhas.
Quando o avião ia pousar, não conseguiu frear a tempo, ultrapassou os limites da pista, planou sobre a avenida Washington Luís e bateu contra um prédio da própria companhia aérea. No total, 199 pessoas morreram, sendo 187 pessoas a bordo e outras 12 no solo.
Dez pessoas foram indiciadas pelo acidente, mas todas foram absolvidas na Justiça Federal. Em 2023, o Ministério da Infraestrutura implementou um novo sistema de frenagem no Aeroporto de Congonhas para evitar acidentes parecidos.
Já em 2009, 228 pessoas morreram após um Airbus A330 da Air France que saiu do Brasil com destino à França cair no Oceano Atlântico.
A investigação apontou uma falha nos tubos de pitot, um sistema que mede a velocidade do avião em relação ao ar. Sem saber qual era a real velocidade da aeronave, os pilotos ficaram confusos. O avião entrou em estol (perda repentina da sustentação da aeronave) e caiu. A Justiça francesa absolveu a Airbus e a Air France pelo acidente.
Sete anos depois, um avião que levava o time de futebol da Chapecoense caiu na Colômbia, deixando 71 mortos. O acidente foi causado por falta de combustível na aeronave. Seis pessoas sobreviveram ao acidente.
Com informações do R7.