Dois segmentos da BR-101 Norte em São José, na Grande Florianópolis, e um entre Balneário Camboriú e Itajaí estão entre os dez piores trechos do Brasil em números de acidentes em rodovias federais.
Um estudo da CNT (Confederação Nacional do Transporte), baseado em dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal) dos últimos 12 meses, aponta que a seção entre o km 200 e 210 da BR-101 é a mais perigosa do país, com 564 acidentes registrados de novembro de 2023 a outubro de 2024. Foram 79 acidentes a mais do que o segundo trecho no ranking.
A quarta posição na lista também está na Grande Florianópolis, com o trecho entre os km 210 e 220 registrando 397 acidentes no período. Juntos, os segmentos na Grande Florianópolis acumulam 961 acidentes. O segmento entre os km 130 e 140 está na 6ª posição entre os mais perigosos do país, com 318 acidentes.
O presidente da Fiesc (Federação das Indústrias de SC), Mario Cezar de Aguiar, avalia que o fato de os trechos estarem localizados em regiões altamente urbanizadas é um dos motivos para o elevado número de acidentes.
“A rodovia deveria ser um corredor expresso, mas o uso para trânsito local tem impactos na velocidade média, nos engarrafamentos e no aumento no número de veículos”, explica.
‘Trecho Norte da BR-101 está colapsado’, diz presidente da Fiesc
Para Aguiar, o cenário das rodovias destoa dos indicadores de desenvolvimento humano e competitividade catarinenses, que são muito bons.
“É inadmissível que o estado tenha níveis tão elevados de acidentes e se mantenha entre os piores do país”, avalia, lembrando que a entidade conta com um projeto de humanização das rodovias que cortam o estado.
O estudo mostra ainda que Santa Catarina foi o segundo Estado em número de acidentes em rodovias federais entre novembro do ano passado e outubro de 2024, com 8.319 episódios. O estado fica atrás apenas de Minas Gerais, com 9.225 acidentes no período.
No entanto, a malha rodoviária federal de Minas Gerais conta com mais de 9.000 km de vias federais, enquanto Santa Catarina contabiliza pouco mais de 2.300 km.
“Os dados corroboram o que o catarinense sente na pele. O trecho Norte da BR-101 está colapsado, e as áreas mais urbanizadas apresentam os piores índices, tanto em acidentes quanto em eficiência da rodovia. Isso só reforça a necessidade das obras de terceiras faixas e vias marginais que a Fiesc vem apontando como imprescindíveis”, finaliza Aguiar.