Oito militares envolvidos na morte de Evaldo Rosa foram absolvidos pelo Superior Tribunal Militar. ‘Agir justificado por estereótipos e preconceitos’, diz ministra sobre absolvição de militares que fuzilaram carro de músico
A ministra Maria Elizabeth Rocha, futura presidente do Superior Tribunal Militar, foi contra a absolvição e a redução das penas dos acusados pela morte de músico Evaldo Rosa, que teve o carro fuzilado, no Rio. Ela disse que a ação dos militares foi baseada em estereótipos preconceituosos. Veja no vídeo acima.
“Um fator crucial para que fosse disparada a imensa desproporcional quantidade de tiros contra um homem desarmado foi indubitavelmente preconceito racial e social, banalizados, e que são vetores que, infelizmente, são orientadores de institucionalidade pelas instituições públicas que incentivam a violência desmedida contra pretos, pardos e insuficientes. O medo tem cor e morada especificadas, mas o medo real era o da vítima, que se escondia atrás de um automóvel e os dos moradores que gritavam se tratar da família de um trabalhador. Por fim, o medo era de uma criança suja com o sangue do seu próprio pai que se encontrava desfalecido dentro de um carro sob o qual chovia balas de fuzis. O que se extrai do comportamento de soldados foi um agir justificado por estereótipos e preconceitos”, afirma.
‘Agir justificado por estereótipos e preconceitos’, diz ministra
Reprodução/GloboNews
Absolvição dos militares
Oito militares envolvidos na morte do músico Evaldo Rosa foram absolvidos pelo Superior Tribunal Militar. Prevaleceu o voto do relator, ministro Carlos Augusto Amaral Oliveira, que argumentou não ser possível afirmar que o músico foi morto pelos 257 tiros disparados pelos militares contra o carro dele.
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