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Berlim tem mini-hotel, com quartos de 3m², para pessoas sem-teto


Com recursos como pia, fogão, wi-fi e banheiro, o “hotel de emergência” funciona com check-in e check-out como um hotel tradicional, mas é gratuito. Berlim tem um mini-hotel para pessoas sem-teto
Em Berlim, uma iniciativa inovadora está ajudando pessoas sem-teto a ter um pouco mais de dignidade.
Chamado de “Hotel de Emergência”, o projeto oferece um mini-hotel para quem não tem para onde ir. Os quartos tem menos de 3 m², mas são bem equipados com pia, fogão, wi-fi e até banheiro.
O check-in é a partir das 19h e o check-out é feito às 9h.
“É porque há muitos sem-teto em Berlim. Os sem-teto podem dormir aqui de graça por uma noite. Eles fazem o check-in como fariam em um hotel. O que sempre me deprime é que aqui na Alemanha vivemos em um dos países mais ricos do mundo, e ver tantas pessoas nas ruas parece errado”, explica o arquiteto Van Bo Le-Mentzel.
Estima-se que haja cerca de 600 mil pessoas sem moradia na Alemanha; 50 mil delas viveriam nas ruas.
Viktor é uma das pessoas que utiliza o serviço. Basta tocar a campainha, e se o local estiver vazio, a porta será aberta via aplicativo pelos organizadores.
“Pelo menos aqui está aquecido, dá para fazer comida, café, chá. Tem tudo que a gente precisa”, diz.
O projeto é financiado por doações. A limpeza é feita todos os dias por voluntários.
O governo alemão lançou um plano para resolver o problema da falta de moradia até 2030, mas com o aumento constante dos aluguéis e a falta de moradias disponíveis, muitos especialistas duvidam que será possível.
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Quase um quinto da população menor de 18 anos da UE – de 15,6 milhões de jovens – viveu abaixo da linha da pobreza em 2023
Picture-alliance/DPA
Um estudo sobre a exclusão residencial na Europa elaborado pela Fundação Abbé Pierre e pela Federação Europeia de Associações Nacionais que Trabalham com Desabrigados (Feantsa), estima que, em 2023, 1,2 milhão – sendo 400 mil crianças – viviam sem teto na União Europeia (UE) e no Reino Unido.
O relatório alerta que, no ano passado, “quase 14,5 milhões de crianças na Europa viveram em moradias com goteiras, umidade ou mofo”, sendo que um a cada quatro menores morava em habitações superlotadas.
Além disso, quase um quinto da população abaixo dos 18 anos da UE – de 15,6 milhões de jovens – viveu abaixo da linha da pobreza.
O aumento dos custos com moradia teve forte impacto na população. Entre 2020 e 2023, essas despesas subiram em média 16,6% na UE. Os países mais atingidos foram Hungria (52,5%), Lituânia (51,7%) e Estônia (48,9%), sendo que a Finlândia foi a única nação europeia a registrar queda (0,2%).
Os menores aumentos nos custos de moradia foram registrados no Chipre (2,1%), Alemanha (7,6%) e Itália (7,9%).
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