Operações foram deflagradas pelo Ministério Público de Pernambuco, nesta quarta (18). Área de licenciamento de empreendimentos imobiliários da prefeitura foi um dos alvos. Prefeitura de Ipojuca é alvo de operações do MPPE contra corrupção e organização criminosa
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) deflagrou duas operações na manhã desta quarta-feira (18) contra suspeitas de corrupção em Ipojuca, no Grande Recife. Entre os supostos crimes estão fraude em licitação, organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção e falsidade ideológica. Um dos locais onde houve cumprimento de mandados foi a sede da prefeitura.
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As operações se chamam “Patranha” e “Habite-se”. As duas operações, juntas, tiveram 31 mandados de busca e apreensão expedidos.
Na “Patranha”, também houve o cumprimento de dois mandados de prisão. Todos eles foram expedidos pela Vara Criminal da Comarca de Ipojuca.
O MPPE não informou onde as pessoas foram presas, nem quem são elas. Foram apreendidos celulares, dinheiro, computadores, documentos, relógios, entre outros itens. Confira, abaixo, o que investiga cada operação:
Operação Patranha
Mira um grupo criminoso acusado de fraude na produção de atas de registro de preços da Associação dos Municípios da Bacia do Médio São Francisco (Ammesf), cuja sede é em Minas Gerais. De acordo com o MPPE, os itens da ata foram majoritariamente vendidos em municípios de Pernambuco, com destaque para Ipojuca.
Um dos casos citados pelo órgão é a compra feita pela prefeitura de 6 milhões de adesivos para visitantes em 2023. Isso, segundo o MPPE, equivale a mais de 60 vezes a população da cidade, que é de 97.669 pessoas.
Ainda de acordo com o MPPE, há evidências de sobrepreço e venda de notas fiscais sem a entrega de todo o material formalmente contrato. Os contratos entre a prefeitura e a gráfica somam mais de R$ 20 milhões entre 2021 e 2023.
Operação “Habite-se”
Apura indícios da existência de um esquema criminoso estruturado na área de licenciamento de empreendimentos imobiliários da prefeitura. A denúncia afirma que um grupo de servidores exigia vantagens para concessão de licenças.
Neste caso, foram expedidos apenas mandados de busca e apreensão, e são investigados os crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e concussão (exigir vantagem indevida em razão de cargo público).
As ações contaram com apoio das polícias Civil e Militar, além do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
Procurada pelo g1, a prefeitura de Ipojuca disse que, inicialmente, só irá se pronunciar após ter acesso aos autos do processo.
Celulares, relógios e dinheiro foram apreendidos pelo Ministério Público de Pernambuco na operação
MPPE/Divulgação
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