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Fuzis apreendidos em ataque a carro-forte em Franca foram usados em crimes similares em outras cidades de SP, diz MP


Ministério Público investiga quem são os integrantes e as possíveis ligações entre os casos de tentativa e roubo a veículos de transporte de valores. Megaoperação nesta segunda-feira (16) prendeu 14 pessoas. Quatro suspeitos presos em operação são de Ribeirão Preto e Franca
Dois fuzis apreendidos durante o ataque a um carro-forte na região de Franca (SP), em setembro deste ano, foram utilizados em pelo menos outros dois crimes similares em diferentes cidades e datas.
A informação foi confirmada pelo Ministério Público nesta segunda-feira (16), durante coletiva de imprensa sobre a megaoperação para prender uma quadrilha especializada em roubos a veículos de transporte de valores no estado de São Paulo.
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Segundo o promotor Adriano Vanderlei Mellega, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), as investigações agora vão focar em quem são os integrantes e as possíveis ligações deles com a tentativa de roubo no dia 9 de setembro na Rodovia Cândido Portinari (SP-334), que liga Batatais (SP) a Restinga (SP).
“O que a gente vê, que inclusive foi objeto de alvo pericial para análise, é que pelo menos dois fuzis utilizados aqui já foram utilizados em dois outros crimes, em ataques da mesma natureza, em cidades diferentes. A gente sabe que as armas foram empregadas. Agora, com um trabalho posterior, a gente vai fazer um levantamento dos integrantes, quem eram eles”.
Carro-forte da Protege foi alvo de criminosos em Restinga; dinheiro não foi levado
Kaique Castro/EPTV
Segundo o promotor, por não terem ‘vínculo territorial’, estas organizações criminosas acabam atuando juntas em ataques articulados em regiões diferentes do estado.
“Elas fazem levantamento do ‘trampo’, que é como elas chamam, dos trabalhos, e aonde tiver logística, onde tiver possibilidade, elas atuam. E é comum também que um núcleo atue em conjunto com outros. Diferentemente de algumas organizações, que são previamente estabelecidas em todos os seus núcleos e formam uma organização perene, neste caso, a gente tem núcleos que se unem com outros para praticar um crime específico”.
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Pelo menos 11 pessoas foram presas temporariamente e outras três foram presas em flagrante nesta segunda-feira durante a segunda fase da Operação Carcará. Um preso foi morto durante confronto com a polícia.
A megaoperação, que investiga uma quadrilha especializada em roubos a carros-fortes no estado de São Paulo, ainda apreendeu R$ 900 mil em espécie, nove veículos avaliados em mais de R$ 1 milhão, além de meio quilo de maconha, dois computadores, 21 celulares. Um apartamento no litoral paulista avaliado em R$ 800 mil foi bloqueado judicialmente.
Megaoperação apreendeu quase R$ 900 mil em espécie nesta segunda-feira (16), na região de Ribeirão Preto, SP
Polícia Civil
A ação, articulada por agentes das polícias Federal, Civil e Militar, e do Gaeco, também apreendeu 100 munições de grosso calibre, um case de fuzil e cinco armas de fogo.
O nome da operação é uma homenagem ao sargento da PM Márcio Ribeiro, morto em setembro durante uma troca de tiros com integrantes da quadrilha investigada. Era dessa forma que colegas o chamavam.
Ataque a carro-forte e perseguição
A tentativa de assalto a um carro-forte da Protege, empresa especializada em logística de valores, ocorreu na noite de 9 de setembro, e chamou a atenção da polícia por conta do armamento utilizado pelos criminosos.
A ação teve a participação de pelo menos 16 criminosos, que abordaram o veículo em posse de uma carga intensa de explosivos e fuzis capazes de “rasgar vidros blindados”, de acordo com o delegado Gabriel Fernando.
A empresa não divulgou a quantia que o veículo transportava, mas informou que os suspeitos não conseguiram levar nada, uma vez que o dinheiro pegou fogo quando eles tentaram abrir o cofre.
Ataque a carro-forte deixa feridos em Restinga, SP
Os suspeitos foram perseguidos em pelo menos três rodovias que cortam a região. Houve troca de tiros e cinco pessoas ficaram feridas: três funcionários da Protege, um policial do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e um funcionário de uma usina a bordo de uma caminhonete que passava por uma estrada no mesmo momento que os criminosos.
Em 11 de setembro, dois dias depois, uma troca de tiros durante uma perseguição deixou o policial militar Márcio Ribeiro e outros três criminosos mortos na Rodovia Joaquim Ferreira (SP-338), próximo ao trevo que liga Cajuru (SP) a Altinópolis (SP).
Polícia Militar fecha rodovia entre Cajuru e Altinópolis, SP, após confronto com criminosos
Cacá Trovó/EPTV
Com os criminosos, foram apreendidos quatro fuzis, coletes balísticos e munição. Um dos fugitivos mortos usava roupa camuflada, colete à prova de balas e capacete.
No fim de setembro, morreu o caminhoneiro Lenilson da Silva Pereira, baleado na cabeça durante o confronto. Ele ficou internado na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE) por 20 dias.
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