Dona da casa ainda disse que a Polícia Civil a fez esperar até de madrugada na delegacia e não a ouviu. Coronel da reserva nega ter atirado. Família tem casa atingida por tiros e acusa coronel da PM em Vila Velha
Um coronel da reserva remunerada Polícia Militar do Espírito Santo é suspeito de ameaçar e atirar na casa de vizinhos, no bairro Praia das Gaivotas, em Vila Velha, Grande Vitória. O desentendimento aconteceu na tarde deste domingo (15) e o motivo da discussão seria o barulho causado por uma obra.
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A confusão teria começado por volta das 13h. Consta no Boletim de Ocorrência (BO) da Polícia Militar, que a dona da casa, de 30 anos, teria sido ameaçado devido ao som das obras, que seriam de assentamento de piso e porcelanato. O coronel, que mora em uma casa em frente à família, teria usado palavras de baixo calão e disse que atiraria caso o barulho não cessasse.
“Eu disse para ele: ‘faz o seguinte, já que é lei, chama a polícia’. Aí, ele me falou: ‘eu sou polícia’. Eu disse que não era assim que polícia conversava, que policiais sabiam conversar com as pessoas. Aí ele disse que não queria saber de nada e que se o barulho não parasse, ele iria atirar”, disse a empresária dona da casa atingida.
Perto das 16h, um pedreiro que trabalhava no terraço do imóvel relatou ter ouvido um disparo. Depois disso, constataram que um vidro no parapeito do segundo andar quebrou.
Vidro da casa ficou quebrado após suposto disparo.
TV Gazeta
Policial nega as acusações
A Polícia Militar foi acionada para a ocorrência. Ainda de acordo com o BO, o coronel da reserva negou as acusações para os policiais, alegando que havia apenas pedido para os vizinhos diminuíssem o barulho e que ele é que teria sido ameaçado pelos donos da casa.
O policial envolvido na ocorrência já foi subcomandante-geral da Polícia Militar no Espírito Santo.
A dona da casa afirma nem ter sido ouvida pela Polícia Civil. “Os policiais fizeram o boletim de ocorrência, eu recebi uma cópia. Mas ninguém me ouviu, fiquei esperando até as 2h”, disse ela.
O que dizem as polícias Militar e Civil
Por nota, a Polícia Militar afirmou que as pessoas que se sentiram ameaçadas ou ofendidas com relação à situação, foram devidamente atendidas pela guarnição, e posteriormente, encaminhadas à Delegacia da Polícia Civil. “Todo o suporte foi devidamente prestado e o fato, agora, será investigado pela autoridade policial”, diz texto enviado pela PM.
“Em âmbito interno, concomitantemente, a Polícia Militar adotará os procedimentos necessários para analisar, de forma circunstanciada, os fatos e apurar a conduta do militar da Reserva Remunerada envolvido na ocorrência”, finaliza a resposta.
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Já a Polícia Civil (PC) informou que a ocorrência foi entregue na Delegacia Regional de Vila Velha sem conduzidos. Uma perícia foi solicitada no local dos fatos e a ocorrência foi encaminhada ao 7º Distrito Policial de Vila Velha.
Ao ser questionada sobre as alegações da dona da casa de que teria esperado até a madrugada de segunda-feira (16) e não teria sido ouvida. A corporação, então, enviou outra nota e disse que “a Central de Teleflagrante atende ocorrências com conduzidos na condição de suspeitos/autores e situações de atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica. Quando não há conduzidos, o delegado de plantão toma as providências iniciais que o caso requer e encaminha o procedimento à delegacia que tem atribuição para investigar o fato, como foi feito no caso em questão”, argumentou.
Além disso, disse também que todo cidadão que se sinta prejudicado pelo atendimento recebido pode dirigir-se à Corregedoria e formalizar a denúncia para análise do caso.
Somente assim, segundo a corporação, será instaurada uma Investigação Sumária (IS). “A instauração de uma IS visa analisar os fatos para confirmar a existência ou não de eventuais irregularidades cometidas pelo servidor”, ressaltou.
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