A Justiça do Tocantins decidiu manter o ex-governador Mauro Carlesse (Agir) preso preventivamente após a audiência de custódia realizada no domingo (15). Ele, que é alvo de diferentes investigações de corrupção, é suspeito de planejar uma fuga internacional.
Carlesse foi preso em cumprimento a um mandado expedido pela 3ª Vara Criminal de Palmas (TO), após ser localizado por equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Tocantins (MPTO).
Carlesse foi governador do Tocantins entre 2018 e 2021, quando foi afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele renunciou para evitar um processo de impeachment. Ele é alvo de diversas investigações como as operações Hygea e Éris que apuram, além de fraudes e desvios de dinheiro público, supostos pagamentos de propina no plano de saúde dos servidores públicos e aparelhamento da Polícia Civil.
Os agentes também prenderam preventivamente Claudinei Aparecido Quaresemin, ex-secretário de Parcerias e Investimentos do estado e sobrinho do ex-governador. Ele já está detido desde o dia 10 em função de um mandato referente a outra operação da Polícia Federal (PF).
Segundo a investigação, Claudinei foi quem providenciou a identidade uruguaia e um passaporte italiano do ex-governador, além de ter aberto contas bancárias internacionais.
Diálogos suspeitos
De acordo com a decisão, no dia 23 de abril de 2024, Quaresemin “remeteu a Mauro Carlesse uma foto da carteira de identidade uruguaia do ex-governador, expedida em 3 de abril de 2024”.
Em 4 de junho de 2024, o ex-secretário remeteu outra mensagem comunicando “que o pedido de residência permanente, formulado pelo ex-governador, havia sido deferido pela República Oriental do Uruguai no dia 24 de maio de 2024”.
Outras conversas mencionadas na decisão mostraram diálogos dos investigados de como enviar dinheiro para o exterior.
“Depois, trava-se diálogo entre Mauro Carlesse e Claudinei Aparecido Quaresemin a respeito das contas e uma forma para mandarem dinheiro para uma conta no exterior, fato que pode constituir novos crimes de lavagem de ativos, tendo Claudinei sugerido que fosse feito pelo “câmbio” (câmbio paralelo, o que, além de lavagem, pode constituir crime de evasão de divisas)”, diz trecho.