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Prisão de Braga Netto enfraquece anistia, diz ministro de Lula

Padilha ressaltou a importância de apuração rigorosa e punição para os responsáveis pelos atos golpistasula Marques/ Agência Brasil – 25/03/2024

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP), declarou neste sábado (14) que a prisão do general da reserva Braga Netto enfraquece o discurso em defesa de anistia para envolvidos nos atos golpistas de 2022. O ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL-RJ) foi preso nesta manhã, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal,após pedido da Polícia Federal.

Padilha afirmou, em entrevista ao UOL, que as evidências apresentadas pela investigação são consistentes e apontam para crimes graves.

“Eu acredito que cada vez mais esse discurso [de anistia] vai perdendo força, porque as evidências trazidas pela apuração da Polícia Federal são cada vez mais fortes, mais robustas e mostram que não foi apenas um movimento político que já seria muito grave, de ocupar a Suprema Corte, de ocupar o Congresso Nacional, tentar impedir o funcionamento do governo”, declarou.

O ministro destacou que as ações investigadas envolvem planejamento de crimes que, segundo ele, ultrapassam episódios registrados em períodos de ditadura no Brasil.

“Foi além disso, foram vários atos planejados previamente entre eles, o planejamento do assassinato de um presidente eleito, do assassinato de um vice-presidente eleito, o assassinato de um ministro da Suprema Corte que nenhuma ditadura do Brasil chegou a cometer este ato, de soltar um carro-bomba no aeroporto de Brasília e de vários outros atos criminosos.”

Padilha ressaltou a importância de apuração rigorosa e punição para os responsáveis pelos atos golpistas. Ele também comentou que a anistia, em contextos de reconciliação, não pode ser usada como mecanismo para impedir investigações ou sanções.

“Então, o discurso da anistia e um ato de anistia não pode servir como obstáculo para impedir a apuração e a punição desses criminosos”, afirmou.

Prisão de Braga Netto

Braga Netto foi preso na manhã de hoje por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, após um pedido da Polícia Federal. A PF alegou que o general estava tentando interferir nas investigações, colocando em risco a ordem pública.

O ex-ministro é investigado por supostamente liderar ações para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

De acordo com a PF, Braga Netto participou de uma reunião em sua residência, no dia 12 de novembro de 2022, onde planos para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes foram discutidos.

Essas acusações estão entre os elementos que resultaram no indiciamento de 37 pessoas, incluindo Bolsonaro.

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