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Cerimonialista de formatura cancelada deixou de atender outros clientes e tenta vender imóvel para pagar prejuízo de R$ 800 mil, diz advogado


Caso veio à tona depois que pais de alunos de uma escola particular de Jaguariúna (SP) denunciaram que a festa havia sido cancelada. Segundo advogado, profissional está sofrendo ameaças. O advogado da cerimonialista responsável pela festa de formatura que ocorreria em Jaguariúna (SP) no último sábado (7), mas foi cancelada por falta de pagamento aos fornecedores, admitiu que ela deixou de atender outros clientes e que o prejuízo gira em torno de R$ 800 mil.
Em entrevista nesta sexta-feira (13) à EPTV, afiliada da TV Globo, José Pedro Said afirmou que Fernanda Cecon tenta arrecadar dinheiro para reembolsar as pessoas prejudicadas. Em uma mensagem enviada a um grupo de pais, ela atribuiu a falha no atendimento à pandemia.
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“Ela está procurando, junto aos familiares, a venda de um imóvel para poder angariar valores e, aí sim, começarmos fazer o pagamento dessas pessoas que ficaram no prejuízo. Eu acredito que hoje [esteja] em torno de R$ 800 mil”, completou Said.
A expectativa, segundo ele, é que os reembolsos sejam realizados antes do final de 2025. À polícia, disse que “Fernanda está à disposição para prestar esclarecimento necessário sobre o caso e que jamais foi a intenção dela lesar essas pessoas”.
Cerimonialista enviou mensagem a pais de alunos
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Reprodução/EPTV
Após o episódio vir à tona, Fernanda excluiu seu perfil no Instagram e ocultou a foto do WhatsApp. A orientação foi dada pelo próprio advogado, que relatou que a cliente vem sofrendo ameaças e que, inclusive, precisou se mudar da cidade.
Apesar disso, nesta quinta (12) a mulher enviou uma mensagem ao colégio particular de Jaguariúna e às famílias dos alunos com uma retratação. No texto, ela diz que está ‘extremamente triste e envergonhada’ e que vai tomar ‘todas as medidas cabíveis para ressarcir um a um’.
“Por conta do período da pandemia, seguido de períodos de problemas de saúde, nossa empresa teve severas perdas financeiras, o que veio a impossibilitar a entrega de maneira efetiva das festas devidamente contratadas”, declarou a profissional.
“Eu e minha família estamos unidos no sentido de angariar valores para saudar todos os prejuízos causados em razão do momento que passamos”, completa a mensagem compartilhada.
A profissional também disse que a variação dos preços dos insumos e serviços que estavam acordados para a festa impossibilitaram a sua realização. Ela finaliza lamentando que a situação tenha prejudicado a sua reputação diante a cidade. “O preço de tudo isso, para mim, também é extremamente alto. Perdi 12 anos de trabalho”.
O advogado ressaltou que Fernanda já havia se reunido com mães dos alunos para tentar apresentar uma solução. “Essas mães sabem o quanto a Fernanda tentou buscar, de todas as maneiras, em bancos, empréstimos de todas as formas no sentido de custear a festa do sábado”, detalhou na entrevista.
Nova colação de grau
Para não passar em branco, os familiares e o colégio estão organizando uma cerimônia de colação de grau para os adolescentes. A celebração será na próxima quinta-feira (19), em um teatro arranjado pela própria instituição de ensino.
Segundo Renata Cristina Gomes, mãe de um dos 20 alunos que pagaram pela celebração, os familiares precisaram custear novas becas, além da diária de um fotógrafo. Cada família arcou com R$ 210.
Ao g1, Renata acredita na sinceridade das mensagens da cerimonialista, e não acha que foi ação proposital. “Não acho que ela seja mal intencionada. Realmente acho que ela ‘se enrolou'”, diz.
Debora Della, mãe de um dos estudantes que pagaram pela festa, por sua vez, declarou que ‘uma pessoa com problemas desde a pandemia não deveria ter se comprometido com tantos eventos’. “Tivemos que resolver sobre a colação. As becas e as fotos também eram de responsabilidade dela e não tinha nada feito”, explica Débora.
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Reprodução EPTV
A festa que não aconteceu
Mais de 230 pessoas estavam convidadas para a festa do último sábado (7) e os pagamentos para a organizadora foram feitos com antecedência, no entanto, na sexta-feira (6), os pais tiveram a notícia de que os fornecedores não haviam recebido o pagamento. O prejuízo é estimado em R$ 60 mil.
Frustrada, a pedagoga Débora Della Nina Rodrigues lamentou o cancelamento. “Hoje de manhã a gente se reuniu para pensar o que a gente ia fazer, mas de última hora não se consegue locação de mesa, não se consegue locação de cadeira, não se consegue locação de prato, de talher”.
Ainda segundo Débora, a profissional denunciada é conhecida na cidade e foi contratada por ter experiência no ramo. “Nunca a gente imaginou que isso ia acontecer. Do meu ponto de vista, já devia vir de uma bola de neve e estourou na nossa mão”. As famílias registraram boletim de ocorrência por fraude e estelionato.
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Reprodução EPTV
A professora Márcia Neves pagou a festa para as duas filhas. “Meu prejuízo foi em dobro. Na época, nós pagamos R$ 1,4 mil para cada uma. A gente teve um ano inteiro de eventos na escola para poder fazer arrecadação. Envolvimento com alegria, com vontade. A gente foi agregando mais coisas nessa festa. Aí tem investimento em vestido”.
“Vale salientar que essa formatura não é uma festa. Essa formatura é um encerramento de ciclo. Ela mostra para essas crianças e adolescentes o que eles passaram em todo o período do fundamental. Ela lida com sonhos. Ela não lida com rosas, com buffet e com flores”, comentou a médica Gleise Freitas Camilotti, mãe de aluno.
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