O relógio apontava para às 16h25 e a sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Florianópolis ainda não tinha iniciado. Regimentalmente ela é marcada para às 16h com 15 minutos de tolerância para que tenha um quórum mínimo de oito vereadores.
O atraso apenas escondia a articulação que percorria os corredores da Casa até o último momento a fim de aprovar o polêmico PLC (Projeto de Lei Complementar) 1971/2024 que cria gratificação de 50% sobre os salários para o presidente e 30% para os demais integrantes da mesa diretora.
Apesar da movimentação, o projeto foi deixado de lado, ao menos, por hora.
Outro ponto que chama a atenção e passa “escondido”, é que a gratificação vai muito além da mesa diretora.
Segundo o texto, o “bônus” é estendido aos presidentes de comissões, ao diretor da ouvidoria e ao presidente da escola do Legislativo.
São incontáveis penduricalhos que, somados, ultrapassam os R$ 2,5 milhões só em 2025.
Nada ilegal, nada de errado, mas de uma imoralidade quase inominável.