A draga autotransportadora holandesa Utrecht, do tipo Hopper, retornou a Itajaí no domingo (24) para dar início a uma nova fase de dragagem de manutenção do canal de acesso portuário.
Especializada em sucção de sedimentos, a Utrecht chega para reforçar as operações de remoção de resíduos acumulados no canal, essencial para manter a profundidade ideal e a segurança da passagem de grandes embarcações.
Embarcação holandesa é referência quando o assunto é a retirada de sedimentos do fundo do rio – Foto: Divulgação/Porto de Itajaí
A operação contínua visa tanto melhorar o fluxo de águas no rio Itajaí-Açu quanto evitar riscos de enchentes, uma vez que ajuda a manter o escoamento da água do Vale do Itajaí em períodos de chuvas intensas.
Sobre a draga holandesa
Construída em 1996, a Utrecht possui tonelagem bruta de 26.016 toneladas, sendo projetada para armazenar até 18.292 metros cúbicos de sedimentos em sua cisterna, garantindo um alto rendimento durante a operação.
A embarcação deve ajudar a manter a profundidade do canal em torno de 13 a 14 metros. Esta é a terceira vez que ela atua no rio Itajaí-Açu desde sua primeira missão, em janeiro de 2019.
“Devido a sua alta capacidade de produção, a draga Utrecht deverá recolocar o porto nas suas profundidades nominais entre 7 a 10 dias de operação”, afirmou o Diretor da empresa de dragagem Van Oord, Antonio Seabra.
Trabalho é essencial para manter a funcionalidade do porto – Foto: Divulgação/Porto de Itajaí
A Utrecht possui um sofisticado sistema de sucção e arraste que permite a coleta de sedimentos diretamente do fundo do canal, que são despejados no local de descarte, a cerca de 10 quilômetros da costa.
“O custo mensal desse serviço representa cerca de 70% do orçamento da Superintendência do Porto de Itajaí, uma média de 7 milhões de reais mensalmente”, destacou o Superintendente do Porto de Itajaí, Fábio da Veiga.
A Utrecht deve complementar os serviços de dragagem de manutenção que foram retomados no início do mês com a utilização da draga de injeção de água NJORD.
Empresa responsável havia parado serviço por falta de pagamento
As atividades dos serviços de dragagem retornaram no início de novembro, após ficarem suspensas desde agosto devido a uma dívida de R$ 35 milhões com a empresa holandesa Van Oord. O porto chegou a cancelar o contrato com a empresa, que iria até dezembro de 2023.
O acordo entre a Superintendência do Porto de Itajaí e a empresa Van Oord foi firmado objetivando pela quitação e também o reparcelamento de dívida financeira, ajustando entre as partes o retorno imediato das atividades.
Com o acordo, a Van Oord deve ficar responsável pelo serviço até fevereiro de 2026, tendo mais 16 meses de trabalhos pela frente.
