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‘Em 64 não precisou assinar nada’, diz Cid em mensagens golpistas obtidas pela PF

Mensagens e documentos obtidos pela Polícia Federal revelam detalhes do planejamento de um golpe de Estado articulado durante o governo Jair Bolsonaro.
Apesar de o decreto que visava anular as eleições de 2022 ter sido preparado e despachado para análise, a falta de apoio do Alto Comando do Exército impediu a concretização do plano. As investigações indicam que o movimento golpista encontrou resistência de militares-chave, inviabilizando a assinatura e execução do documento.
No dia 7 de dezembro de 2022, Jair Bolsonaro se reuniu com os comandantes do Exército e da Marinha, além do ministro da Defesa, para discutir a minuta do decreto. Na mesma data, Mario Fernandes, integrante do grupo conspirador, enviou um áudio ao general Luiz Eduardo Ramos, conhecido como “Kid Preto”, confirmando a existência do documento: “Kid Preto, falei com o Renato, o decreto é real, foi despachado ontem com o presidente”. A mensagem reforça que o plano estava avançado, aguardando apoio decisivo para ser executado.
Contudo, as resistências internas se tornaram um obstáculo crítico. Em mensagem de 16 de dezembro de 2022, o coronel George Hobert Lisboa afirmou que o Alto Comando do Exército estava “fechando em copas, talvez com uma maioria contra a decisão do presidente”, frustrando as intenções golpistas. Apesar de pressões realizadas por figuras como Mario Fernandes e outros aliados, o general Freire Gomes e a maioria do Alto Comando mantiveram uma posição institucional, recusando-se a aderir à ruptura. Sem apoio militar suficiente, Bolsonaro não assinou o decreto, e o plano foi abandonado.
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