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Cid é informado de que idolatria por Bolsonaro pode lhe custar ao menos 20 anos de cadeia


Aliados tentam convencer Cid a revelar tudo o que sabe no encontro com Moraes hoje, para que o acordo de delação não seja anulado. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, deixa a sede da Polícia Federal em Brasília, na terça-feira (19), após prestar depoimento.
Wilton Junior/Estadão Conteúdo
O tenente coronel Mauro Cid foi informado nos últimos dias de que sua idolatria por Jair Bolsonaro pode custar – numa conta simples feita por advogados que o aconselham – pelo menos 20 anos de cadeia, além de arrastar familiares envolvidos em investigações – como o pai, Lourena Cid.
Na avaliação de quem acompanha Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro perdeu a oportunidade de falar tudo que sabia à PF, que descobriu omissões no seu relato de colaboração ao cruzar informações com outros materiais, incluindo revelações de outros colaboradores à PF.
Cid, então, caiu em contradição e – como o blog revelou em março – a PF aprofundou a análise de que ele faz uma espécie de jogo duplo: protege Bolsonaro, Braga Netto e demais militares, e conta pela metade o que sabe.
As idas e vindas de Cid, inclusive, fizeram com que a defesa cogitasse sair do caso – mas, por ora, seguem na defesa de Cid.
Agora, aliados tentam convencer Cid a falar tudo que sabe no encontro com Moraes hoje. A ideia é tentar logo no inicio da audiência que ele fala – lembrando que ele pode pegar uma pena duríssima se o acordo cair.
“Ele é apaixonado por Bolsonaro, fã”, disse ao blog um dos mais próximos interlocutores de Cid.
Em março, contei no Estúdio i na GloboNews que a PF achou banners de Bolsonaro na casa de Cid durante uma busca e apreensão.
‘Histórias de cobertura’
No meio militar, quem acompanha os movimentos de Cid diz que esse “jogo duplo” de Cid – que pode até incluir leva e traz de informações para outros investigados – tem aspectos do que chamam de “histórias de cobertura”.
Explica uma fonte militar: “O que Cid pode ter feito foi aplicar um treinamento que temos nas Forças Especiais: História de cobertura” que é contar uma mentira em nome da segurança da operação — seja ela qual for.
Quando esta história está para “cair” … tem-se já planejado uma segunda história de cobertura – bem mais verdadeira mas ainda irreal.
O blog procurou investigadores da PF sobre o tema. A corporação conhece a expressão também pois usam a mesma terminologia dentro da PF. Mas não confirmam se se trata disso o que Cid fez, como relatam fontes militares ao blog.
“Agora com as informações do celular dele apagadas.. e agora recuperadas – além das informações de depoimentos cruzados – Vão cair as duas histórias de cobertura”, avalia essa fonte militar.
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