O líder religioso Kléber Aran Ferreira e Silva, 50 anos, foi condenado a 20 anos de prisão. Ele era investigado por supostos crimes sexuais cometidos contra três mulheres durante sessões espirituais em Salvador, na Bahia. A prisão aconteceu no último sábado (9).
Kléber Aran foi condenado a 20 anos e cinco meses de prisão em regime fechado, em Salvado (BA), por crime sexual mediante a fraude. A decisão saiu na última quinta-feira (7).
Ele foi condenado também a pagar uma indenização no valor de R$ 50 mil para cada uma das três vítimas. Segundo o Ministério Público da Bahia, a multa é referente a títulos de danos morais.
Líder religioso abusou as vítimas durante ‘cirurgias espirituais’
O médium responsável pelo templo “Amor Supremo” divulgava frequentemente sua agenda de atividades espirituais em diversas cidades brasileiras, como Manaus (AM), São Luís (MA), Maceió (AL) e Aracaju (SE). Ele utilizava as redes sociais para atrair participantes.
Kléber Aran realizava supostas ‘cirurgias espirituais’ sob a alegação de incorporar o espírito do médico alemão Adolph Fritz, figura popular entre adeptos de práticas espirituais.
Conforme as investigações, o médium utilizava sua posição de líder para assediar sexualmente mulheres vulneráveis. Ele convencia as vítimas, muitas delas fragilizadas emocionalmente ou com familiares doentes, de que manter relações sexuais com ele era necessário para realizar trabalhos espirituais e fornecer “energia sexual” para as entidades.
Segundo o MPBA (Ministério Público da Bahia), as vítimas relataram que Kléber Aran as coagia a consumir bebidas alcoólicas durante os encontros, o que aumentava sua vulnerabilidade e facilitava o abuso.
A sentença destacou a gravidade dos crimes, ressaltando a quebra de confiança por parte do líder religioso, que explorava a fé e a fragilidade emocional de suas seguidoras para cometer os abusos contra as mulheres.
Investigação dos abusos cometidos foi instaurada em 2021
A condenação acatou denúncia oferecida à Justiça pelo Ministério Público da Bahia, por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Direitos Humanos de Salvador e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
A investigação foi instaurada em 2021, a partir de notícias de abusos encaminhadas à Ouvidoria do Conselho Nacional do MP pelo projeto “Justiceiras”, grupo que atua na proteção dos direitos de mulheres e no combate à violência de gênero.
A sentença foi proferida, na última quinta-feira (7), pela 4ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Salvador.
A operação que resultou em sua prisão foi realizada por equipes do Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis. A ação também teve apoio de delegacias especializadas em atendimento a mulheres, idosos e na repressão de crimes contra crianças e adolescentes.
A defesa de Kléber Aran Ferreira da Silva ainda não comentou o caso.