Caso aconteceu em General Carneiro (PR). Josiane Zaia Camargo conta detalhes de quando casa foi invadida pela enxurrada e ela e o marido tentaram salvar as três filhas crianças. Kimberly Valentina Camargo tinha 2 anos
Cedida pela família
Josiane Zaia Camargo, mãe da criança que morreu após ser arrastada por uma enxurrada, conta que a família perdeu todos os pertences após a água invadir a residência, que fica ao lado do Rio Torino em General Carneiro, no sul do Paraná.
Porém, para ela, a maior perda foi a da filha Kimberly Valentina Camargo, de 2 anos e quatro meses de idade, que sumiu em meio à correnteza e foi encontrada morta um dia depois, no rio.
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A empregada doméstica conta que ela, o marido e as três filhas crianças foram dormir por volta das 22h30, quando a chuva estava fraca, e que ela acordou por volta da 1h com a casa já sendo inundada.
“Foi muito rápido; nós estávamos dormindo, eu escutei um barulho e quando olhei a minha cama tinha caído e o berço da ‘nenê’ já estava rodando… Quando fomos correr pra fora [da casa], não conseguimos nem pegar calçados; quando olhei, a parede já tinha levado todas as roupas e guarda-roupa. Perdemos tudo, tudo! […] Só que isso eu não ligo, porque a pior coisa que eu perdi na minha vida foi minha filha”, disse Josiane, em entrevista à RPC.
Josiane Zaia Camargo deu entrevista à RPC
Eduardo Andrade/RPC
O caso aconteceu na madrugada de quinta-feira (7).
Josiane conta que, quando a família percebeu que a casa estava sendo danificada pela força da água – que estava na altura da cintura dos adultos -, eles decidiram sair do imóvel para tentarem se salvar.
A mulher e o marido montaram uma “corrente humana” com as filhas de 10, 7 e 2 anos, mas a correnteza levou a menina de 7 anos. O pai se soltou para resgatar a criança e, neste momento, outra onda deixou a mãe e as outras duas filhas submersas.
Josiane conta que conseguiu segurar a filha mais velha pelos cabelos, mas a caçula foi levada pela enxurrada.
“Estava tudo escuro, não tinha solução. Nós tínhamos duas opções: ou ficava lá [dentro da casa] e morria nós cinco, ou tentava salvar um ou dois”
Cerca de 60 profissionais do Corpo de Bombeiros fizeram buscas por Kimberly, que foi encontrada morta por um morador da cidade na manhã desta sexta-feira (8), após passar cerca de 30 horas desaparecida.
Casa da família fica ao lado de rio
Eduardo Andrade/RPC
Chuva forte em General Carneiro
De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), entre a manhã de quarta-feira (6) e às 9h40 de quinta (7), General Carneiro registrou o maior volume de chuvas do estado: 160,8 mm de precipitação acumulada.
O valor é maior do que a média histórica da cidade para o mês inteiro de novembro, que é de 134 mm.
General Carneiro sofreu alagamentos
Defesa Civil/AEN
Diversas edificações da cidade foram danificadas devido à força da água.
Informações divulgadas pelo Governo do Estado apontam que cerca de 1.725 pessoas foram afetadas pelas chuvas, sendo 1.450 delas em situação de vulnerabilidade social, que tiveram as casas inundadas pelas fortes enxurradas.
“Aproximadamente 200 pessoas precisaram sair de suas casas devido à situação mais crítica e foram para imóveis de parentes e amigos, dos quais a maioria já retornou na manhã de quinta-feira para limpeza de suas residências após a redução no nível de água”, explica o Governo.
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