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Dólar abre nesta quinta com Copom, Trump e decisão de juros nos EUA no radar


No dia anterior, a moeda norte-americana teve queda de 1,26%, cotada a R$ 5,6742. Já o principal índice de ações da bolsa de valores, encerrou com um recuo de 0,24%, aos 130.341 pontos. Notas de 1 dólar
Rafael Holanda/g1
O dólar opera nesta quinta-feira (7) com importantes decisões no radar dos investidores. Por aqui, ontem o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) promoveu um novo aumento na Selic, taxa básica de juros, que agora está em 11,25% ao ano.
Lá fora, hoje é a vez do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). No entanto, a expectativa para as taxas de juros dos Estados Unidos, atualmente entre 4,75% e 5,00% ao ano, é de uma queda — a segunda de um ciclo de cortes nos juros iniciados pelo Fed em setembro.
Ainda nos EUA, o mercado segue repercutindo o resultado das eleições presidenciais, com o republicano Donald Trump vitorioso.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda caiu 1,26%, cotada a R$ 5,6742. Na mínima do dia, chegou a 5,6647. Na máxima, a R$ 5,8619.
Com o resultado, acumulou:
queda de 3,33% na semana;
recuo de 1,85% no mês;
ganho de 16,93% no ano.

O
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice encerrou em baixa de 0,24%, aos 130.341 pontos.
Com o resultado, acumulou:
avanço de 1,73% na semana;
ganhos de 0,48% no mês;
recuo de 2,86% no ano.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Apesar do movimento de realização de lucros visto no Brasil, a quarta-feira foi de alta no dólar ante várias moedas ao redor do planeta.
Investidores esperam por um fortalecimento da moeda norte-americana nos próximos anos de governos de Donald Trump. Isso porque o republicano defende uma política protecionista com a economia dos EUA, diminuindo o comércio com a China e aumentando as tarifas de importações para outros países, como o Brasil.
“Trump tem batido muito mais forte contra a China e tem atuado para restringir, principalmente, exportações de tecnologia acessível para o país asiático. Ele também tem ameaçado punir países que comecem a operar na moeda chinesa”, explicou ao g1 Welber Barral, consultor especializado em comércio internacional.
“Então, com Trump, podemos ter uma sanção indireta — ou seja, uma sanção contra a China e que possa afetar as exportações brasileiras.”
Esse cenário poder mexer com a balança comercial brasileira, diminuindo o nível de exportações — o que reduziria a reserva de dólares e poderia pressionar ainda mais a inflação.
Mais que isso, o protecionismo econômico de Trump pode encarecer os preços dos produtos dentro dos EUA e gerar mais inflação no país. Como consequência, o mercado espera ver taxas de juros mais altas na maior economia do mundo nos próximos anos. São elas que servem de referência para o rendimento das Treasuries, os títulos públicos norte-americanos.
Como são considerados os produtos de investimento mais seguros do mundo, as Treasuries com rentabilidades mais altas atraem investidores estrangeiros, que encaminham seus recursos para os EUA e dão força para o dólar.
Segundo William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, a desaceleração do dólar em relação ao real ocorre porque a vitória de Trump já era precificada pelo mercado — e o dólar, inclusive, disparou mais de 6% só na última semana, com isso no radar dos investidores.
“O mercado sempre dá uma exagerada no curto prazo e depois vê que não é bem assim. Até porque o dólar já vinha se valorizando bastante, então será que faria sentido ele continuar performando tão forte assim depois das altas que já haviam sido observadas?”, pontua Castro Alves.
A perspectiva de proximidade de um anúncio sobre o pacote de cortes de gastos voltou a animar o mercado.
O governo efetuou uma série de reuniões com ministros nos últimos dias para fechar os cortes de gastos necessários para manter o arcabouço fiscal — a regra das contas públicas — operante. A expectativa é que o anúncio das medidas possa ocorrer ainda nesta semana.
Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as reuniões ministeriais sobre cortes de gastos já terminaram e que o próximo passo é conversar com o presidente Lula sobre as propostas.
“A partir da devolutiva, Lula encaminha endereçamento ao Congresso”, disse. Acrescentou que o presidente da República possivelmente conversará com a cúpula do Congresso Nacional sobre o assunto.
“No fundo, a gente está vendo um andamento do pacote que deve ser anunciado até o fim da semana reduzindo o risco fiscal, que acho que é o ponto principal para que o câmbio continue num patamar elevado. Esse é o ‘calcanhar de Aquiles’ do Brasil. Uma sinalização feita pelo ministro traz uma atenuação para o dólar”, explica Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

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