Integrantes do governo Lula entendem que a eleição do republicano não causará grande impacto na relação institucional com o Brasil. Trump discursa com a família durante evento com apoiadores na Flórida
Jim Watson/AFP
O Itamaraty observa se a montagem do futuro governo 2 de Donald Trump nos Estados Unidos indicará uma postura mais radical adotada pelo republicano, eleito na madrugada de quarta-feira (6), no retorno à Casa Branca.
Segundo o governo Lula, as indicações para o departamento de estado, para a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) e outros postos chave do governo darão indícios se Trump “vai radicalizar ou não”.
Durante a campanha, Trump prometeu que faria deportações em massa, disse que imigrantes comeram cães e gatos e que seria contrário a incentivos para transição energética.
Em Washington, a embaixada do Brasil tem mantido contato com aliados de Trump desde a campanha e faz a aproximação para entender qual será a composição do novo governo.
A reação de integrantes do governo Lula no day after foi receber com naturalidade a vitória de Trump e considerar que ela não causará grande impacto na relação institucional com o Brasil.
A avaliação é Lula é pragmático na política externa e saberá trabalhar com Trump, que terá temas mais espinhosos para lidar à frente dos EUA. Citam como exemplo questões internas (inflação) e externas (guerras Ucrânia x Rússia e Israel x Hamas e Hezbollah, além da China).
“Não será uma paixão arrebatadora, mas pode ser uma relação estável e sem sobressaltos”, resumiu uma fonte do Planalto ao blog.
Ainda que adote postura de normalidade, o governo prevê “ruídos” ao longo da gestão Trump, como postagens em redes sociais e tumulto interno por parte da direita brasileira.
Apesar disso, o entendimento é de que será possível contornar tais questões e manter uma relação institucional entre Brasil e Estados Unidos.