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Médico é suspeito de provocar aborto da ex ao fingir que queria ‘constituir família’


Vítima contou que se sentiu sonolenta e, ao acordar, percebeu que o suspeito estava colocando comprimidos no corpo dela. Caso é investigado pela Polícia Civil. Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher (Deaem), em Goiânia, Goiás
Divulgação/PC-GO
Um médico de 25 anos é suspeito de provocar o aborto da ex-companheira, de 27, sem o consentimento dela. À polícia, a família da vítima contou que o investigado não queria ter o filho, mas fingiu interesse em casar e constituir família para convencê-la a ir com ele para Pirenópolis, onde causou o aborto.
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O g1 tentou contato com o médico por mensagem e ligação nesta terça-feira (5), e questionou o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) se há uma investigação, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Segundo a família da vítima, ela relatou que, em determinado momento da viagem, começou a sentir-se sonolenta e, ao acordar, viu o suspeito com as mãos em sua região íntima. A família afirmou que o médico introduziu comprimidos na jovem e, ao questioná-lo, ela foi empurrada para o banheiro. Em seguida, a jovem saiu correndo para pedir ajuda.
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Conforme o relato policial, a vítima foi levada por uma parente a um hospital em Goiânia. Na unidade de saúde, com fortes dores, a bolsa estourou e o feto saiu. À polícia, a família informou que a médica que a atendeu encontrou dois comprimidos no útero da jovem, e os medicamentos foram encaminhados à perícia.
A delegada Caroline Matos informou que a investigação está avançada, que a vítima e testemunhas já foram ouvidas, e que o interrogatório do suspeito deve ocorrer nos próximos dias. Segundo a delegada, a versão apresentada pela jovem é consistente e está sendo corroborada pelas evidências colhidas.
Detalhes e cronologia do caso
À Polícia Civil, a família da vítima relatou que o médico era colega de faculdade da jovem e que eles “ficavam”. Em julho deste ano, ela contou ao suspeito que estava grávida. Conforme o relato, ele disse que não queria o filho e sugeriu o aborto. A jovem, no entanto, recusou e afirmou que queria seguir com a gravidez.
De acordo com a família, os dois se encontravam ocasionalmente e, em cada encontro, o suspeito oferecia um suco à jovem. Após consumi-lo, ela sentia cólicas intensas e apresentava sangramento, chegando a precisar de atendimento hospitalar, conforme a família contou. Na última vez que ele ofereceu o suco, o sangramento foi tão forte que a vítima teve que tomar medicamentos para manter a gravidez, segundo o relato.
Em 28 de outubro deste ano, o médico convidou a vítima para passear em Pirenópolis, alegando que queria casar e formar uma família. No dia seguinte, eles foram à cidade, onde, segundo a família, o suspeito teria provocado o aborto.
Após perceber que ele estava a tocando, a vítima relatou que encontrou dois comprimidos em seu corpo e entrou em desespero. Ela pediu ajuda à recepcionista da pousada em que estavam hospedados, e a Polícia Militar foi acionada. No entanto, o médico já havia deixado o local.
Após retornar a Goiânia, a vítima ainda passava muito mal e, ao ser atendida por uma médica, os comprimidos foram encontrados em seu corpo. Os medicamentos foram entregues à delegacia por uma parente da jovem, que denunciou o caso.
Início das investigações
O delegado Tibério Martins, de Pirenópolis, afirmou que exames serão realizados para verificar as substâncias que o médico supostamente administrou à vítima para induzi-la ao sono e ao aborto. O caso foi inicialmente registrado na delegacia da cidade, mas a investigação foi transferida para a Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher (Deaem), em Goiânia, uma vez que o aborto ocorreu na capital.
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