Florianópolis receberá o VII Congresso Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida, no Hotel Majestic, entre os dias 7 e 9 de novembro. A abordagem emprega mudanças de comportamento para prevenir, tratar e até reverter doenças crônicas não-transmissíveis.
Diabetes tipo 2, hipertensão e outras doenças crônicas são a principal causa de morte no mundo. A Dra. Fernanda Bornhausen, psicóloga e diretora regional do CBMEV (Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida), apresenta o campo como “uma visão totalmente diferente da medicina”.
“A Medicina do Estilo de Vida é sobre criação e manutenção de hábitos saudáveis. A maioria desses remédios são gratuitos, porque são comportamentos”, define, em entrevista ao ND Mais.
O congresso reunirá profissionais da área da saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e educadores físicos, mas também é aberto ao público. Os ingressos estão à venda pelo site oficial.
Segundo o Dr. Bruno Colontoni, cardiologista e presidente do VII Congresso Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida, a prova de certificação do CBMEV registrou número recorde de 76 inscritos este ano, o que evidencia o interesse crescente dos profissionais pela abordagem.
“Será um evento grande, robusto e sinestésico, onde os participantes irão viver uma experiência”, antecipa o presidente. “Acreditamos que contribuiremos para uma população mais saudável, para um jeito diferente de fazer saúde e para melhorar o cuidado com as pessoas”.
Conheça a Medicina do Estilo de Vida, que surgiu há 20 anos
A Medicina do Estilo de Vida é uma vertente transdisciplinar que se baseia em evidências científicas de diversas escolas da saúde. Criada em 2004, foi liderada pelo Dr. John Kelly, da Universidade de Loma Linda na Califórnia.
O campo chegou ao Brasil em 2018 com a fundação do CBMEV, que segue as diretrizes do Conselho Internacional de Medicina do Estilo de Vida. No início, eram apenas sete brasileiros membros. Hoje já são mais de 1,5 mil médicos inscritos.
A Dra. Silvia Lagrotta, geriatra e presidente do CBMEV, destaca a necessidade de criar linhas de cuidado generalista diante de um atendimento de saúde fragmentado.
“Um dos pilares mais importantes é a educação em saúde, ou seja, o letramento dos pacientes, para que saibam da importância da coparticipação no tratamento e que são corresponsáveis pelo estado geral da sua saúde”, afirma.
Um exemplo é a doença de Alzheimer, em que apenas 3% dos fatores são genéticos, enquanto 97% estão relacionados a um estilo de vida pobre e desequilibrado.
Um dos principais agravantes da doença é o isolamento social, fator que aumenta em 40% a chance de morte precoce. “Se você for isolado, é como se estivesse fumando meio maço de cigarro por dia”, alerta a médica.
“O câncer, a diabetes, a hipertensão, o infarto e o Alzheimer são todas doenças crônicas inflamatórias. Como você começa a inflamar o seu corpo? Quando você começa a ter estímulos inflamatórios, como não dormir direito e ser sedentário”, conclui a Dra. Silvia Lagrotta.
Conheça os 6 pilares da Medicina do Estilo de Vida
As palestras, workshops e mesas redondas do VII Congresso Brasileiro abordarão os seis pilares da Medicina do Estilo de vida:
- Nutrição
- Atividade física
- Manejo do estresse
- Controle de substâncias tóxicas
- Qualidade do sono
- Conexões sociais
Esta é a primeira vez que o evento é sediado na capital catarinense. O congresso era realizado em São Paulo até ano passado, quando foi para o Rio de Janeiro.
“Agora, a segunda cidade que nós escolhemos foi Florianópolis, que além do alto índice de qualidade de vida, também está fazendo um trabalho incrível em relação à divulgação da Medicina do Estilo de Vida”, ressalta a Dra. Silvia Lagrotta.