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Consumo de drogas K assusta presídios na Grande Belo Horizonte

A morte de 7 detentos nos últimos 10 dias acendeu o alerta para a entrada da droga nos presídios de MG. Consumo de drogas K assusta presídios na Grande Belo Horizonte
A morte de sete detentos nos últimos dez dias acendeu luz de alerta para a entrada de uma droga devastadora nos presídios de Minas Gerais.
As mortes ocorreram em dois presídios de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o governo do estado, as causas prováveis são overdose por drogas K – uma substância produzida em laboratórios clandestinos e que age no cérebro de forma parecida com a maconha, mas com efeitos muito mais intensos.
“Quadros de ansiedade, agitação, alucinação, paranoia, problemas respiratórios, cardiovasculares. São substâncias ilícitas muitas vezes contaminadas com outras drogas e de concentração desconhecida pelo usuário, levando um risco maior de overdose e até morte”, afirma Pablo Alves Marinho, chefe de Laboratórios do Instituto de Criminalística.
De janeiro de 2023 até agora, a Polícia Penal de Minas Gerais apreendeu 19 mil micropontos de drogas K com pessoas que tentavam entrar nos presídios mineiros. O material vai para o laboratório da Polícia Civil.
Um equipamento usado no mundo inteiro para analisar qualquer tipo de droga: das mais simples, como maconha e cocaína, às sintéticas – que são produzidas em laboratório. Ele é capaz de detectar mais de 100 mil compostos químicos usando amostras, e o gráfico que é gerado indica as substâncias presentes, como se fosse uma impressão digital. Só das drogas K já são mais de 100 tipos conhecidos.
“São substâncias que não tem odor, são impregnados em suportes que são facilmente escondidos pelos traficantes e usuários. E aí você só consegue identificar que existe ali uma droga ilícita da classe das drogas K se você fizer uma análise química laboratorial”, explica Pablo Alves Marinho.
O que são as drogas K e por que elas têm alto potencial destrutivo; veja perguntas e respostas
O Sindicato da Polícia Penal do estado diz que falta estrutura para impedir a entrada da droga nos presídios.
“Hoje, alguns meios que a Polícia Penal está conseguindo identificar é através do trabalho de inteligência, às vezes do trabalho de monitoramento. E essa droga ingressa através de visitantes, através de presos e até mesmo através de drones. E nós não temos tecnologias avançadas para estar combatendo”, diz Luiz Gelada, presidente do Sindicato da Polícia Penal de Minas Gerais.
O secretário de estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco, nega que haja falta de equipamentos e afirma que tem feito investimentos para impedir a entrada da droga. O secretário admite que muito material acaba passando por causa da forma como a droga é camuflada.
“Porque pode estar borrifado em uma carta. Esses papéis podem estar escondidos, por exemplo, dentro de um chinelo, pode estar escondido dentro de um cigarro, pode estar escondido dentro de uma bala. A polícia de Minas já tem se preparado há alguns anos para detecção dessas drogas K, inclusive nós temos um grupamento especializado com cães, que por mais que para o ser humano essa droga não tem um odor, mas o cão ele fareja. Então, nós já temos uma tropa especializada na utilização de cães que já está apta para poder farejar essa droga”, afirma Rogério Greco.
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