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Meteorito que caiu em PE se torna o primeiro a ser incorporado à nova coleção do Museu Nacional

O ‘Filomena’ faz parte de um cinturão de asteroides, localizado entre Marte e Júpiter, a 150 milhões de quilômetros da Terra. A estimativa é que o bloco que caiu em Pernambuco, em 2020, pesava 100 kg. Um meteorito fará parte da nova coleção do Museu Nacional
Um meteorito de 4,5 bilhões de anos vai fazer parte da nova coleção do Museu Nacional, no Rio.
Para fazer ciência de qualidade, três pesquisadoras saíram do Rio de Janeiro e cruzaram o Brasil na tentativa de localizar no interior de Pernambuco, pedaços de um meteorito que tinha acabado de cair.
“Corremos atrás de já comprar passagem e chegar lá no dia seguinte”, conta a pesquisadora do Observatório do Valongo da UFRJ Diana Andrade.
Elas reviraram pelo avesso a cidade de Santa Filomena – que fica a 700 km de Recife. Cavaram a terra, se embrenharam no mato. Tudo para encontrar uma preciosidade: os pedaços de meteorito.
Pela classificação científica, um condrito ordinário. E a olho nu talvez não seja possível mesmo ver nada de especial. Mas ao longo de três anos de pesquisa avançada, elas descobriram que esse pequeno pedaço vindo do espaço, reúne informações valiosas sobre a história do sistema solar.
“Nosso planeta Terra foi tão primitivo quanto essa rocha que chegou. Só que a diferença é que a Terra pegou um tamanho de planeta e esse asteroide permaneceu do mesmo tamanho que foi formado a 4.56 bilhões de anos”, conta Amanda Araújo Tosi, do Instituto de Geociências da UFRJ.
Meteoritos que caíram no Sertão de PE são da época da formação do sistema solar, dizem pesquisadoras da UFRJ
Na quarta (13), o artigo com as conclusões da pesquisa foi oficialmente apresentado para a comunidade científica internacional.
O ‘Santa Filomena’ faz parte de um cinturão de asteroides, localizado entre Marte e Júpiter, a 150 milhões de quilômetros da Terra.
A estimativa é que o bloco que caiu em Pernambuco, em 2020, pesava 100 kg. O pedaço maior, de 40 kg, foi vendido para um americano e hoje está nos Estados Unidos. O que elas conseguiram resgatar, pesa 2.800.
“Como não tem lei, e não é do subsolo, ele caiu, ele veio do espaço, é algo que não é de ninguém”, explica a professora do Departamento de Geologia e Patologia da UFRJ, Maria Elisabeth Zucolotto.
E vai se juntar a um outro tesouro de mais de 4 bilhões de anos. Todo feito de ferro e de níquel, o Bendegó foi um dos poucos sobreviventes do incêndio que destruiu o Museu Nacional em 2018. O primeiro meteorito encontrado no Brasil em 1784 agora se prepara para dar as boas vindas ao seu primo mais jovem: o ‘Santa Filomena’. Que não é tão grande, nem tão imponente. Mas que ganha uma importância especial por se tornar o primeiro meteorito a ser incorporado à nova coleção do Museu Nacional.
De tanto trabalhar juntas buscando meteoros, elas criaram um grupo: as meteoríticas. São super heroínas brasileiras – mulheres que apesar de todas as dificuldades, seguem de olho no céu para enriquecer a ciência aqui no chão.

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