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Lula defende que países usem suas próprias moedas no comércio internacional, e não mais o dólar americano


No primeiro dia de compromissos oficiais na China, o presidente visitou a sede do novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos Brics – presidido por Dilma Rousseff. Lula defende que países usem suas próprias moedas no comércio internacional, e não mais o dólar americano
Jornal Nacional/ Reprodução
No primeiro dia de compromissos oficiais na China, o presidente Lula sugeriu substituir o dólar nas transações comerciais entre países. A reportagem é dos enviados especiais Bianca Rothier e Felipe Byington.
Isso nunca tinha acontecido: foi a primeira vez que um chefe de Estado visitou a sede do novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos Brics. Foi Lula quem articulou para Dilma Rousseff assumir a liderança do banco, já que cabe ao Brasil a presidência rotativa até 2025.
Dilma agradeceu a indicação. Lembrou, com orgulho, que quando era Presidente da República foi a anfitriã da reunião de cúpula entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul na capital cearense, em 2014, que deu origem ao banco, voltado para financiamentos em infraestrutura.
“É, sem dúvida, uma grande oportunidade para fazer mais pelos países Brics, mas não apenas só para seus membros, mas também para os países emergentes e os países em desenvolvimento”, afirmou Dilma Rousseff.
Assim como Dilma, Lula defendeu a relevância do Banco dos Brics. Segundo ele, uma alternativa a instituições financeiras tradicionais, como Fundo Monetário Internacional. Ele criticou as regras do FMI.
“Nenhum governante pode trabalhar com uma faca na garganta porque está devendo. Os bancos têm que ter paciência de que, se for preciso, renovar os acordos e colocar a palavra ‘tolerância’ em cada renovação, porque não cabe a um banco ficar asfixiando as economias dos países como estão fazendo agora com Argentina – o Fundo Monetário Internacional. E como fizeram com o Brasil durante um tempo e com todos os países do terceiro mundo que precisassem de dinheiro”, disse o presidente do Brasil.
Em um discurso de meia-hora, Lula questionou o uso do dólar no comércio global e em operações do banco.
“Quem é que decidiu que era o dólar a moeda depois que desapareceu o ouro como paridade? Porque que um banco como o Brics não pode ter uma moeda que possa financiar a relação comercial entre Brasil e China? Entre Brasil e outros países dos Brics? É difícil, porque tem gente mal-acostumada”, afirmou.
A crítica ao domínio do dólar, claro, agrada aos chineses. E não foi o único passo que Lula deu nesta quinta-feira (13), em Xangai, em uma direção contrária aos Estados Unidos. O presidente brasileiro visitou uma empresa que o governo americano considera um “risco inaceitável” para a segurança do país. No centro de pesquisa e desenvolvimento da gigante de telecomunicações Huawei, Lula ouviu uma apresentação sobre as novas tecnologias.
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Em uma entrevista ao vivo para a GloboNews, o ministro da Fazenda descartou que as críticas do presidente ao dólar e a visita à Huawei possam atrapalhar as relações com a maior potência do planeta.
“Os Estados Unidos sabem que podem contar com o Brasil no que diz respeito a um país que sempre concorre para o melhor para o mundo. Então, o presidente Lula tem essa confiança”, disse o ministro Fernando Haddad.
Questionado sobre a decisão do governo de acabar com a isenção de impostos para mercadorias enviadas do exterior por pessoas físicas no valor de até US$ 50, Haddad disse que muitas empresas usam a isenção para burlar o fisco e sonegar impostos.
“Está havendo uma espécie de concorrência desleal por parte de alguns sites, não de todos. Então, isso está sendo investigado e pode ser coibido, porque o melhor que pode acontecer para o consumidor e para o para a economia brasileira – do ponto de vista de emprego, do ponto de vista de oportunidades, do ponto de vista de direitos sociais, de direitos trabalhistas – é uma isonomia. Por exemplo, ninguém acha que vai ser bom para a economia brasileira contrabando. Ninguém acha que vai ser bom para a economia brasileira carga roubada, mercadorias que são feitas com base em trabalho análogo à escravidão. Nada disso vai ser bom para o Brasil”, explicou o ministro da Fazenda.
A agenda do presidente Lula ainda incluiu um encontro com o executivo de uma montadora de veículos elétricos que avalia instalar uma fábrica na Bahia e outro com o presidente da maior empresa de construção civil da China, que também tem investimentos no Brasil.
Lula partiu de Xangai sem falar com a imprensa e também passou direto pelos jornalistas ao chegar ao hotel em Pequim. Parecia guardar energia para o mais esperado encontro da viagem: com o presidente chinês, Xi Jinping.

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