Segundo a vítima, as joias foram presentes do falecido marido, recebidos ao longo de todos os anos de casamento. Segundo a Polícia Militar, câmeras de segurança de estabelecimentos da área podem ajudar a identificar os suspeitos
Raquel Freitas / G1
Uma dentista de 79 anos foi vítima de estelionato nesta quarta-feira (3), na Avenida Bernardo Monteiro, bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Ela voltava de uma consulta na Região Hospitalar quando foi abordada, na rua, por dois homens que aplicaram um golpe conhecido como “bilhete premiado”.
Eles levaram joias estimadas entre R$ 200 e R$ 300 mil, segundo o Boletim de Ocorrência (BO).
Os suspeitos ainda não foram identificados, mas, segundo a Polícia Militar, câmeras de segurança de estabelecimentos da área poderão ser usadas para a identificação deles e do veículo usado.
O g1 entrou em contato com a Polícia Civil sobre a investigação do caso e aguarda retorno.
Entenda o golpe
Segundo o BO, a dentista foi inicialmente abordada por um senhor, com aparência de 65 anos, que estava chorando muito e dizendo, com sotaque do interior, que morava em Sete Lagoas e queria ir para o bairro da Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte.
Ele afirmava que tinha um bilhete premiado da loteria, no valor de R$ 4 milhões, mas que não tinha condições de receber o prêmio porque era analfabeto e, por isso, estava chorando.
Na tentativa de ajudar, a idosa pediu apoio a um segundo homem, que passava no momento, falando ao celular. Segundo a PM, ela não sabia que ele também fazia parte da ação criminosa.
A vítima foi convencida a entrar em um carro prata, cujo motorista era o homem que ela abordou, pedindo por ajuda. O veículo que ele dirigia estava parado próximo ao local da abordagem.
Os três se deslocaram até a Rua Rio Grande do Norte, ainda na Região Centro-Sul da capital, onde o motorista simulou uma ligação para a Caixa Econômica Federal para verificar as informações sobre o suposto bilhete premiado.
Neste momento, o idoso fingiu estar desconfiado e pediu provas de que os demais não estariam interessados e não precisariam do dinheiro dele.
O segundo suspeito se apresentou como empresário, disse que tinha dólares e euros em espécie. Ele foi até um suposto escritório para buscar as notas e comprovar o que disse.
A essa altura, o primeiro suspeito perguntou para a dentista se ela também teria como comprovar que não precisava do dinheiro que ele ‘ganhou’.
Ao responder que não tinha dinheiro, o motorista perguntou se ela tinha outros anéis como o que usava no momento. Quando ela disse que sim, eles foram até o apartamento da idosa, mas ficaram aguardando no carro, enquanto ela buscava as outras joias.
O primeiro suspeito se disse convencido e pediu para irem até a Caixa Econômica Federal. Durante o trajeto, o suposto ganhador da loteria disse que daria R$ 250 mil para cada um, em agradecimento à ajuda.
Disse ainda que estava com medo de passar mal e queria tomar água. O grupo estacionou na Avenida Getúlio Vargas, onde a vítima saiu para acompanhar o suspeito que iria comprar a bebida. As joias dela ficaram dentro do carro.
Nesse momento, ele pediu para a vítima comprar a água, enquanto ia ao estabelecimento ao lado. Quando ela saiu da lanchonete, viu que o homem não estava mais no local.
A vítima foi até o ponto em que o carro estava estacionado e percebeu que os suspeitos fugiram com as joias. Em seguida, acionou a polícia.
Segundo a vítima, as joias foram “presentes do falecido marido, recebidos ao longo de todos os anos de casamento”.
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