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Pesquisadores do Paraná desenvolvem equipamento para identificar presença de microplásticos no oceano: ‘Baratear o custo e fazer uma tecnologia brasileira’


Invenção foi nomeada de ‘a noiva’ e foi premiada na Feira Nacional de Ciência e Engenharia. Pesquisadores encontram pedaços de microplástico no litoral do estado
Pesquisadores do Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (REBIMAR) e do Instituto Federal do Paraná de Paranaguá desenvolveram um equipamento para monitorar a quantidade de microplásticos no litoral do estado.
A invenção, premiada na Feira Nacional de Ciência e Engenharia, tem como objetivo capturar o microplástico e é feita com materiais baratos e acessíveis, como cano, madeira e tela.
Fernanda Possatto, vice coordenadora da pesquisa, explica que os microplásticos são caracterizados por itens de plástico menores que meio centímetro. Conforme a cientista, estes pequenos fragmentos são provenientes da decomposição de plásticos maiores e afetam a saúde dos oceanos.
Invenção foi premiada
Reprodução/RPC
Nomeada de “A Noiva”, a invenção tem regras para o uso: o objeto deve permanecer flutuando na água por cinco minutos. O fluxômetro mede a quantidade de água que passa pela abertura e os microplásticos ficam presos na rede.
Depois, o equipamento é retirado da água, uma limpeza é feita e uma amostra é retirada para passar por análise em laboratório.
“A noiva serve para fazer a coleta do material a partir do campo. Ela também nos dá essas informações sobre as quantidades [de plástico] que nós encontramos em cada área. O desenvolvimento em si foi muito importante, a gente conseguiu baratear o custo e fazer uma tecnologia brasileira, permitindo que a gente consiga fazer essas amostragens em diferentes lugares”, explica Allan Paul Krelling, coordenador do estudo.
Resultados
Os primeiros resultados indicam a presença do material em todos os locais pesquisados, mesmo em áreas longe do continente.
“Tudo o que é jogado no continente, de alguma forma, através da vazão dos rios, acaba indo para a baía e para os oceanos”, explica Fernanda Possatto.
Krelling conta que no litoral do Paraná microplásticos foram encontrados em grande quantidade no Complexo Estuarino de Paranaguá.
Para o pesquisador, o resultado chama atenção, uma vez que a região tem uma grande área de conservação, o que poderia reduzir a quantidade de poluição na água.
“As fronteiras políticas que a gente conhece, esses materiais desconhecem. Aqui é uma boa amostra desse impacto. Ele pode vir de fora das unidades de conservação para essas áreas que são de extrema importância”, afirma Krelling.
Objeto ajuda a identificar a presença de microplástico no oceano
Reprodução/RPC
Apesar do resultado, segundo o pesquisador, com a informação é possível buscar uma solução.
“Esse trabalho que a gente está fazendo agora é muito mais para conhecer o tamanho do problema para que, a partir disso, com a extensão que se tem desse problema há tratamento ou uma solução”, diz.
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Além disso, conforme os pesquisadores, o plástico já foi encontrado também em animais marinhos, como peixes e tartarugas, e em aves.
Nos atobás, 13,3% dos animais pesquisados apresentaram resíduos de microplásticos. Nas fragatas, o número chegou a 20%.
“Esses animais podem ser considerados como bioindicadores. Indicam que se está afetando esses animais, também está afetando a nós seres humanos”, explica Fernanda Possatto
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