Após uma semana no cargo, o técnico anunciou a saída depois de manifestações de torcedores. A contratação foi alvo de inúmeras críticas nas redes sociais. Entre assuntos mais comentados na internet estavam ‘Fora Cuca’ e ‘Respeita as minas’. Cuca deixa o comando técnico do Corinthians
O técnico Cuca deixou o comando do Corinthians por causa de uma condenação por atentado violento ao pudor, 34 anos atrás, na Suíça.
A passagem do treinador pelo clube paulista foi curta: durou só sete dias e dois jogos.
A derrota para o Goiás pelo Campeonato Brasileiro e a vitória sobre o Remo, nesta quarta (27), acompanhada da classificação nos pênaltis para as oitavas de final da Copa do Brasil.
A queda do treinador não teve nada a ver com o desempenho da equipe dentro de campo ou algum desentendimento dele com a direção do clube, que normalmente acontece no futebol brasileiro.
Até antes do anúncio oficial do acerto, o Corinthians conviveu com protestos contra o técnico. E depois, com manifestações que pediam a saída dele. Tudo isso por conta do que aconteceu em 1987, quando atuava no Grêmio, aos 23 anos. Ele e outros três colegas de equipe foram acusados de estupro por uma menina de 13 anos em Berna, na Suíça.
Segundo a polícia local, a garota foi ao hotel dos jogadores porque queria uma camiseta do clube. A investigação aponta que eles a levaram para o quarto e abusaram dela.
Os atletas chegaram a ficar um mês presos no país – até retornarem ao Brasil. Dois anos depois, Cuca, Eduardo Hamester e Henrique Etges foram condenados a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência. Já Fernando Castoldi foi considerado cúmplice e recebeu uma pena menor, de três meses de detenção. Como o Brasil não extradita seus cidadãos, eles nunca cumpriram as penas e o caso prescreveu.
A contratação foi alvo de inúmeras críticas nas redes sociais, entre os assuntos mais comentados na internet, durante a semana, estavam o “Fora Cuca ” e “Respeita as minas”.
Teve também manifestação em frente à sede do clube. Na primeira entrevista no Corinthians, Cuca disse que era inocente e alegou que a vítima nunca o reconheceu.
“Por três vezes, a moça esteve lá na frente e não é que te reconheceu, é que eu não estava. A vítima, não sou eu, é ela. O rapaz não estava, o rapaz não estava, o rapaz não estava. Se a vítima fala que não estava, como que eu posso ser condenado?”, disse Cuca.
Mas, esta semana, o portal UOL divulgou uma entrevista com o advogado da menina à época. Ele disse que Cuca foi, sim, reconhecido pela vítima e que um exame, feito pelas autoridades do país europeu, encontrou sêmem dele no corpo da garota.
O jornal suíço, em matéria publicada em 1989, também confirmada o sêmen de Cuca no corpo da vítima. O caso é mantido em segredo pela Justiça suíça.
Na partida desta quarta (26), ele ganhou apoio dos jogadores.
“Eu saio neste momento, não é pelo o que eu queria. Se espera uma vida inteira para estar aqui”, conta ele.
Mas a pressão na arena não era só pelo resultado.
“Com tudo isso que vem acontecendo há praticamente uma semana, o Cuca conversou comigo ontem, já vinha falando durante a semana que estava muito pesado. Ele infelizmente não tem condições de seguir”, conta o presidente do Corinthians Duílio Monteiro Alves.
Mesmo já condenado, o treinador contratou um escritório de advocacia para tentar provar inocência. O Corinthians ainda não anunciou o substituto.
LEIA TAMBÉM
Caso Cuca: da investigação e condenação nos anos 80 ao pedido de demissão no Corinthians; entenda
Róger Guedes revela choro de Cuca, defende técnico e resume clima no Corinthians para Dérbi: “Uma m…”
Presidente do Corinthians vê “massacre”, deixa portas abertas a Cuca e tem pressa por substituto
Caso Cuca: técnico do Corinthians emite nota e diz que não irá “tolerar afrontas e ofensas”
Acusado de estupro em 1987, Cuca deixa o comando do Corinthians
Adicionar aos favoritos o Link permanente.