Especialistas dizem que região respeita o Limite Máximo de Resíduo de mercados exigentes Produtores do Vale do São Francisco estão atentos aos índices estabelecidos no Limite Máximo de Resíduos
Aline Oliveira/Vereda Comunica
A fruticultura do Vale do São Francisco está atendendo aos mercados internacionais mais exigentes em relação ao Limite Máximo de Resíduos (LMR). É o que garante o engenheiro agrônomo Christian Alfredo Dias, gerente de qualidade no Grupo CoopexVale.
Esse índice estabelece o limite de moléculas provenientes de defensivos que podem estar na fruta que chega à mesa do consumidor. Por conta disso, os produtores precisam ficar atentos à qualidade dos produtos que usam na cultura.
O tema foi debatido durante evento promovido pela Biocross em parceria com a Seiva do Vale no dia 17 de março em Petrolina, que reuniu mais de 230 produtores do Vale do São Francisco. A proposta era discutir tecnologias e técnicas para ampliar a qualidade e segurança do fruto produzido na região.
De acordo com Christian, o LMR serve para garantir que a população se alimente de forma segura em relação aos agro defensivos. Na opinião dele, “os agrodefensivos são armas muito úteis para poder alimentar a população”, desde que os produtores estejam atentos aos limites de segurança.
Azurra Plus aprovado
A consultora em viticultura Angela Patrícia fez um estudo sobre a curva de degradação da molécula do Azurra Plus, produto Biocross, e identificou não apenas que ele não deixa resíduo na planta na hora da colheita, se aplicado no tempo de segurança, quanto mantém sua eficiência no combate à doenças, como o míldio.
Segundo ela, o estudo analisou o comportamento do produto na variedade de uva Arra 33 e observou, na análise feita aos 100 dias após a poda, que já não havia registro de resíduo. O estudo foi feito com uma cultura que recebeu o produto até o dia 63. Ou seja, identificou uma janela de 37 dias entre a última aplicação e a total degradação da molécula. Mesmo assim, o efeito de proteção não foi prejudicado. “Não adianta nada degradar [dentro do tempo necessário], mas não ter o efeito esperado no controle de doenças”, compara a consultora.
O gerente de pesquisa da Biocross, Naylor Aguiar, destaca que, mesmo sendo molécula natural, o Azurra Plus trabalha com compostos, já que é preciso colocar aditivos para estabilizar e garantir por um longo período de tempo o produto 100% funcional. Mesmo assim, o produto segue seguro na hora da colheita.
Mercado evoluiu
Mais de 97% da exportação brasileira de uva de mesa e de manga, sai do Vale do São Francisco, atendendo inclusive destinos extremamente exigentes como Alemanha e Suíça. Christian defende que “o Vale está muito bem neste caminho: a grande maioria [das fazendas] já está bem familiarizada com esta questão [do LRM]” e acredita que o segredo é planejar.
Esse desempenho é também resultado de um trabalho em conjunto entre fazendas, empresas e instituições como as universidades, que têm desenvolvido produtos que já atendem aos critérios do LMR. “Hoje existe uma evolução muito grande de extratos vegetais, de produtos biológicos, uma ferramenta que nos ajuda muito”, destaca o engenheiro.
Ativos orgânicos
A Biocross foi fundada em 2010, em Monte Alto, no interior de São Paulo, para formular fertilizantes especiais foliares e de solo. O intuito é fornecer produtos desenvolvidos com uma tecnologia chamada de bioactive, que expressa o potencial máximo no nutriente, sempre aliado com um ativo orgânico. Entre as matérias primas estão aminoácidos e extratos vegetais, por exemplo. A empresa chegou no Vale do São Francisco através da parceria com a Seiva do Vale.
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