O relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância também mostrou que a maioria das crianças que não está recebendo vacinas vive nas regiões mais pobres do mundo. Unicef alerta sobre queda da vacinação contra difteria, tétano e coqueluche
O Fundo das Nações Unidas para a Infância divulgou dados alarmantes sobre a vacinação infantil no Brasil.
Se todos os pais fossem como o Thiago e a Camila… Nesta quinta-feira (20), eles foram ao posto para vacinar o Joaquim.
“A saúde dele é nossa principal preocupação, e a gente está vindo aí de um movimento de negacionismo. A gente veio aqui para deixar a carteira dele em dia”, diz o bancário Thiago Ferreira.
A realidade não é essa. Relatório do Unicef divulgado nesta quinta-feira (20) mostrou que, entre 2019 e 2021, 48 milhões de crianças em todo o mundo não tomaram a primeira dose da vacina contra difteria, tétano e coqueluche – 1,6 milhão no Brasil. E para o Unicef, quem não tomou essa vacina até os dois meses de vida, não tomou nenhuma.
Pandemia da Covid, o colapso do sistema de saúde, o aumento das desigualdades e a disseminação de informações falsas sobre as vacinas: tudo junto explica por que muitos pais não imunizaram os filhos. O Unicef diz que agora é fundamental retomar as campanhas de vacinação e encontrar quem ficou para trás.
“Vai ser um longo caminho, mas nós temos o Programa Nacional de Imunizações, que é o maior programa público do mundo de vacinação. Onde estão essas crianças? Elas têm que ser encontradas. Isso tem que ser uma prioridade e, juntamente com reduzir esse passivo de crianças, esse número absurdo, aumentar as coberturas para que mais crianças não se somem a esse número de crianças que não tiveram acesso a vacina”, afirma Cristina Albuquerque, chefe de Saúde do Unicef no Brasil.
O relatório também mostrou que a maioria das crianças que não está recebendo vacinas vive nas regiões mais pobres do mundo. É uma das preocupações do Ministério da Saúde no Brasil.
“Nós estamos trabalhando diretamente com municípios através do Conselho de Secretários Municiais de Saúde, das prefeituras. Estamos também em uma ação ao Ministério da Educação. Por isso temos reforçado, junto com as ações de vigilância, as ações na atenção primária à saúde”, afirma a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
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