A empresa sumiu com sacas de café de produtores rurais de Muzambinho e Botelhos em 2020. Ministério Público oferece denúncia contra cinco representantes da cafeeira “Grão Verde”
O Ministério Público de Minas Gerais ofereceu na tarde desta quinta-feira (20) denúncia contra cinco representantes da Cafeeira Grão Verde por apropriação indébita e associação criminosa. A empresa sumiu com sacas de café de produtores rurais de Muzambinho e Botelhos em 2020.
O inquérito que investiga o caso havia sido concluído em fevereiro e o relatório encaminhado para o MP, que pediu mais uma diligência. Na prática, o delegado responsável ouviu mais uma pessoa envolvida no caso.
Segundo o promotor Marcelo Fernandes Santos, os proprietários da empresa foram indiciados por 35 vezes.
“Foram cinco pessoas denunciadas pela prática dos crimes de apropriação indébita por 35 vezes, porque nós temos 35 vítimas identificadas nesse inquérito policial, mais a organização criminosa. Todos tinham relação com o recebimento das sacas de café, com a negociação com os produtores e com a negociação para terceiros. Aí então eles se apoderavam dos valores, não repassavam as quantias referente às alienações para os verdadeiros donos, que seriam os produtores rurais, produtores dos cafés e também não devolviam as sacas de cafés depositadas em nome deles”, explicou o promotor.
Ministério Público oferece denúncia contra representantes de empresa que sumiu com sacas de café em MG
Reprodução EPTV
Na denúncia, o promotor pede a prisão dos cinco envolvidos e também o sequestro de bens que estão nos nomes deles ou do Grupo Grão Verde.
Ainda na tarde desta quinta-feira, uma audiência pública reuniu lideranças políticas e representantes de sindicatos rurais de Muzambinho e Botelhos, onde a empresa tinha sede.
Mais de 200 cafeicultores e familiares lotaram o plenário da câmara e deram depoimentos das consequências do problema. Alguns chegaram a perder até 400 sacas de café.
A ata da audiência, que recolheu 220 assinaturas, será encaminhada ao Ministério Público para ajudar no processo de denúncia.
Ministério Público oferece denúncia contra representantes de empresa que sumiu com sacas de café em MG
Reprodução/EPTV
Por causa do feriado, a denúncia deverá ser apreciada pelo Poder Judiciário somente na próxima semana.
“Eles foram denunciados, agora a gente aguarda o provimento do Poder Judiciário para verificar se a denúncia será ou não recebida. Em caso de recebimento da denúncia, eles se tornarão réus na ação criminal”, disse o promotor.
Problemas a partir de 2020
No final de agosto de 2020, a empresa Grão Verde, que comprava e vendia café, começou a apresentar problemas. Centenas de produtores foram prejudicados. A Justiça chegou a fazer acordos de conciliação. Depois, vieram os acordos judiciais.
A empresa se comprometeu a fazer os pagamentos, mas de maneira parcelada. Alguns produtores receberam parte do que tinham direito, mas muitos não receberam praticamente nada.
O inquérito policial que investigou supostas irregularidades envolvendo o Grupo Grão Verde levou pouco mais de 2 anos para ser concluído. O relatório do inquérito tem 39 páginas. Nele, o delegado responsável pelas investigações traz o relato de dezenas de cafeicultores que tiveram prejuízos com a empresa.
De acordo com o relatório, 400 cafeicultores foram prejudicados.
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