Foragido desde o final de março, André Luiz de Jesus Rosa é suspeito de ter deixado prejuízo de R$ 200 milhões a investidores. Ao menos 2 mil pessoas denunciaram impossibilidade de fazer resgate de aplicações. A Justiça determinou a suspensão de documentos do empresário André Luiz de Jesus Rosa, dono de uma agência de investimentos em Ribeirão Preto (SP) suspeito de ter aplicado um golpe financeiro estimado em R$ 200 milhões a clientes.
Além do passaporte, a decisão, expedida por Mario Leonardo de Almeida Chaves Marsiglia, da 3ª Vara Cível, se estende à carteira nacional de habilitação (CNH) do investigado.
O magistrado ainda determinou a busca, para bloqueio, de recursos financeiros e veículos pertencentes ao suspeito. As ordens judiciais têm caráter cautelar, como forma de garantir eventuais ressarcimentos a vítimas e evitar a saída do investigado do país.
“Há fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, por sua vez, ante a ressabida dificuldade de se reaver os valores entregues àqueles que perpetram tais tipos de golpes”, argumentou Marsiglia.
A investigação do caso corre em segredo de Justiça. A polícia já ouviu, até o momento, familiares e funcionários da corretora.
Foragido há quase 1 mês
André Luiz de Jesus Rosa está foragido desde 21 de março, quando enviou uma mensagem aos funcionários da corretora informando que havia “quebrado” e que tinha fechado a empresa de investimentos.
No dia 8 de abril, um caminhão de mudanças esteve na casa dele, no Jardim Canadá, em Ribeirão Preto (SP), para retirar do imóvel diversas caixas com pertences pessoais dele. A polícia acompanhou a ação.
André Rosa é suspeito de aplicar golpe milionário em clientes de todas as regiões do Brasil
Reprodução/Redes Sociais
Ele é suspeito de um golpe milionário, que pode chegar a R$ 200 milhões. Pelo menos duas mil vítimas denunciaram que investiram dinheiro em aplicações e não estavam conseguindo fazer o resgate. A B&B oferecia aos clientes retorno de até 3% ao mês.
No fim de março, a Justiça autorizou a retirada de dois carros de luxo que seriam de André. Os veículos estão bloqueados para uma possível indenização das vítimas.
Dentro do imóvel, em um fundo falso, ainda foram encontradas armas e munições. O material foi apreendido.
André não é visto há, pelo menos, três semanas, desde que o golpe foi descoberto. Antes de fugir, ele chegou a deixar um envelope para o irmão, Alex Rosa, que também trabalhava na empresa, com senhas para acesso aos investimentos dos clientes e também um e-mail explicando a situação.
A mensagem, segundo o advogado Daniel Rondi, que representa Alex, dizia que André “sentia muito”, que a corretora não tinha mais dinheiro além do que estava na conta naquele momento e que ele havia quebrado a saúde financeira da empresa.
À época, o advogado chegou a pensar que se tratava de um crime de sequestro.
“Corremos na casa [dele] e funcionária disse que ele havia saído levando pertences pessoais. Aí entendeu-se que a mensagem era verdadeira. Fomos à delegacia, procuramos as autoridades públicas, o próprio Ministério Público para que maiores danos não acontecessem”.
Alex era responsável por aprovisionar os resgates das contas dos investimentos dos clientes, que ficavam sob responsabilidade de André.
Ainda segundo Rondi, André não revelava como conseguiria gerar lucro aos investidores, apenas informava ter conhecimento de determinado algoritmo, desenvolvido por ele, e que aquilo era responsável por gerar a rentabilidade.
“De fato, por muito tempo, ele veio operando e pagando rendimentos, pagando aplicação, inclusive, para pessoas que não tiveram um único centavo de prejuízo e tiveram um lucro considerável. O fato é: até quando isso se sustentou e porque isso se sustentou e não se sustenta mais? Houve transferência de dinheiro? A gente não sabe”, afirma Rondi.
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