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Erosão aumenta nas margens dos rios da região Norte; entenda como ocorre o fenômeno chamado ‘terras caídas’

No Arquipélago do Bailique, no Amapá, problema já levou quase metade da população a abandonar a região nos últimos anos. A construção das duas hidrelétricas, que represou o Rio Araguari, piorou ainda mais a situação. Erosão aumenta nas margens dos rios da região Norte; entenda o fenômeno terras caídas
A falta de infraestrutura de energia elétrica e saneamento básico é um grave problema no Arquipélago do Bailique, no Amapá, mas para famílias que vivem às margens do rio Amazonas, outra questão também causa muita preocupação: o fenômeno das terras caídas.
Durante sua passagem pela região para gravar a série “Pra Onde, Brasil”, a equipe do Profissão Repórter registrou como a erosão das margens do rio ameaça a integridade das casas. Feitas de madeira, sobre estacas, muitas delas estão quase caindo devido à ação da água.
‘Terras caídas’ causa destruição de casas, pontes e postes de energia em arquipélago no Amapá
Fenômeno das ‘terras caídas’ destrói e compromete estrutura da Escola Bosque, no Bailique
A situação não é nova, mas ficou ainda pior depois que a construção de duas hidrelétricas represou o Rio Araguari e diminuiu o fluxo de água doce que desemboca no mar. Com isso, a água salgada consegue entrar com mais força e volume no rio. A água avança, as margens amolecem e derrubam as casas.
“Aqui na nossa região amazônica isso é um fenômeno muito comum em muitas áreas. O que acontece? Os rios são muito volumosos e eles acabam arrastando parte desse solo e aí você tem desmoronamentos bem intensos nas margens desses rios. Quando o rio recua, diminui de volume, aquela terra que está muito encharcada não tem onde se segurar; então ela despenca, cai aquele barranco. Com a construção de mais duas hidrelétricas em um grande rio aqui da região, o Rio Araguari, esse fenômeno tem se intensificado anualmente. Como perdeu esse volume de água do Araguari, que faz parte ali da foz do Amazonas, o mar está entrando e vem com uma força muito grande. Vai desbarrancando mais”, explica Silvia Faustino, bióloga da UNIFAP.
Um dos que sofrem com essa situação é Paulinho, que está tendo que desmontar a casa para remontá-la. Morador da Vila Macedônia, atualmente ele vive sozinho, porque os filhos desistiram da vida difícil no local e foram tentar a vida em Macapá. Quase metade dos habitantes do arquipélago, aliás, o abandonaram nos últimos anos: a população, que era de 22 mil pessoas, agora é de 13 mil.
“Muita gente já foi embora por conta da caída, da erosão, da energia que não tem; a água também é dessa maneira, a gente é que tem que dar um jeito. Eu me sinto até triste, por causa dos filhos e a caída que está jogando a casa, sem ter condições de fazer uma melhor ainda”, emociona-se Seu Paulinho.
Questionado sobre o que fazer com as pessoas que estão perdendo as casas, Clécio Luis, governador do Amapá, que assumiu agora em janeiro de 2023, afirmou:
“Nós ainda não encontramos uma solução efetiva para o problema da moradia. Então, ficam essas soluções dadas pela própria comunidade”.
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Assista ao programa completo:
Edição de 18/04/2023 – Pra Onde, Brasil – Norte

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