No bairro Congós, onde as casas são construídas sobre palafitas, o esgoto fica em contato direto com o encanamento improvisado, que muitas vezes tem fissuras ou buracos por onde a água que chega a torneira é contaminada. Moradores da periferia de Macapá convivem com esgoto, falta de água e contaminação
O Arquipélago do Bailique, na foz do Rio Amazonas, foi o local escolhido pela equipe do Profissão Repórter para ilustrar a realidade vivida pelos moradores do Amapá, estado com a menor cobertura de saneamento básico do país. Mas o trio que navegou de barcohome pela região Norte mostrou que o problema também atinge quem vive na periferia da capital, Macapá.
No bairro Congós, onde as casas são construídas sobre palafitas em cima de um lago, o esgoto e o lixo dominam. Os repórteres Nathalia Tavolieri e André Neves Sampaio encontraram o encanador industrial Jota Santos carregando água em dois baldes para levar para casa e perguntaram sobre a situação.
“Peguei esses baldes d’água na casa da vizinha, no poço artesiano. A gente tem encanamento, mas não tem água. Tem tubulação, registro, torneira, mas não tem água”, reclamou ele, que mostrou onde tomaria banho, em uma bacia sobre tábuas de madeira abertas para a água suja.
Mesmo em uma casa com uma infraestrutura maior, com vaso sanitário e banheiro com estrutura, todos os rejeitos vão direto para o lago. O esgoto fica em contato direto com o encanamento improvisado, que muitas vezes tem fissuras ou buracos, por onde a água que chega a torneira é contaminada.
Questionado sobre a situação na comunidade, o poder público deu um prazo de, no mínimo, dois anos para regularização.
“A gente tem, dentro do nosso contrato, os prazos de universalização de água e a gente, para a estrutura existente, tem um prazo de dois anos para regularizar. Então, onde já existe uma estrutura, em dois anos será concluído e a gente tem os prazos para atender 99% de cobertura em todo o Amapá em até 11 anos”, afirmou Marcus Vinícius da Silva, diretor de operações da Concessionária de Saneamento do Amapá.
Moradores da periferia de Macapá convivem com esgoto, falta de água e contaminação
Adicionar aos favoritos o Link permanente.